Opinião

Para onde vamos?

Atualmente, no mundo, sem querermos ser pessimistas, fatores como a globalização perversa; a busca do poder pelo poder, não respeitando os princípios éticos; o fundamentalismo religioso; o corporativismo não solidário e autoritário; o capitalismo selvagem, priorizando os compromissos financeiros especulativos em relação aos gastos nos setores sociais básicos; os estelionatos eleitorais e administrativos motivados por alguns mecanismos de marketing e da falsa mídia, dentre outros elementos, estão conduzindo nações ricas, emergentes e pobres para uma crise que abrange aspectos políticos, morais, socioeconômicos, de desesperança, de irresponsabilidade, de injustiça e de violência. Se o avanço científico e tecnológico, para certos segmentos da humanidade proporcionou melhores condições de vida, para outros não aconteceu o mesmo. Não somos contra o progresso, todavia não concordamos quando, em consequência, ocorre uma expansão no número de pessoas excluídas e oprimidas. Tais inquietações fazem nos lembrar de Santo Tomás de Aquino: “Há homens cuja fraqueza de inteligência não lhes permite ir além das coisas corpóreas”. Precisamos, estrategicamente, pensar no futuro. Não obstante as diferenças culturais dos povos, existem características básicas que devem ser comuns: a justiça; a liberdade; a mobilidade social; a soberania popular, evidenciada por convicções democráticas e não por forças autoritárias; também a busca permanente da paz. Concordamos que o modelo do Estado Democrático de Direito está esgotado. Na verdade, muitas vezes é injusto, pois permite privilégios. É importante que se coloque nas agendas de debates, em fóruns nacionais e internacionais, a criação de Estado Democrático de Justiça. Segundo Cícero: “Summum jus - summa injuria” (o supremo direito é a suprema injustiça). Viva a democracia!

Gonzaga Mota

Prof. aposentado da UFC
Ex Governador do Ceará e meu amigo

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