O ódio pulou a fronteira

Filho do novo presidente argentino reage a provocação de Eduardo Bolsonaro

O deputado se referiu de forma pejorativa a Estanislao Fernández, conhecido na Argentina por fazer cosplay e se vestir de drag queen

O designer Estanislao Fernández filho do presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, reagiu nesta quarta-feira 30 a uma provocação do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do chefe de Estado brasileiro. “Quero dizer à comunidade LGBTTTIQQA+ mais ‘aliades’ [linguagem inclusiva, sem definição de gênero] do Brasil que estamos juntos nesta luta. Lembrem-se de que o amor sempre vence o ódio”, postou Estanislao em sua conta no Twitter.
Mais cedo, Eduardo replicou um tuíte que mostrava fotos dele, posando com armas, e de Estanislao – que faz cosplays e se veste de drag queen – fantasiado como a personagem Pikachu, do anime japonês Pokémon. O deputado brasileiro escreveu “isso não é um meme” ao compartilhar a postagem.
A reação de Estanislao veio em dois tuítes. Na primeira, ele escreveu: “muita gente do Brasil começou a me seguir, então quero dizer à comunidade LGBTTTIQQA+ mais ‘aliades’ do Brasil que estamos juntos nesta luta. Lembrem-se de que o amor sempre vence o ódio e entre nós temos que cuidarmo-nos sempre”.
Na sequência, o filho do novo presidente argentino tuitou em português: “irmãos brasileiros, estamos juntos nessa luta. Os amo”, em um texto acompanhado das figuras de uma bandeira do movimento LGBT e corações.
Estanislao tem mais de 100 mil seguidores tanto em sua conta do Instagram quanto do Twitter e participou ativamente da campanha do pai, inclusive respondendo a mensagens homofóbicas durante a corrida eleitoral. No último domingo, o peronista Alberto Fernández – que tem como vice a ex-presidente argentina Cristina Kirchner – derrotou Mauricio Macri em primeiro turno e em dezembro tomará posse como novo chefe de Estado do país.

Jair Bolsonaro, que já havia declarado temer que a Argentina se tornasse “uma nova Venezuela” no caso da vitória de Fernández, disse após a eleição que os “argentinos escolheram mal” e que não perseguiria o vencedor, mas se recusou a congratulá-lo.
Após ser eleito, Fernández agradeceu o apoio do venezuelano Nicolás Maduro e publicou carta que pede a liberdade de Lula, dois desafetos de Bolsonaro.

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