Crise existencial
Não
adianta a adoção de teses marxistas, liberais, socialistas,
neoliberais, clássicas, ortodoxas ou heterodoxas, os exemplos de
“apartheid” social existem ao longo do tempo e continuarão, caso não
surjam modificações no pensamento da humanidade relacionadas, do ponto
de vista coletivo, com a paz, a justiça e a liberdade como também, do
individual, como amor, a solidariedade e a humildade. Eis as alterações
comportamentais. Não podemos entender que, na época da alta e
sofisticada tecnologia, representada por microprocessadores, fibras
óticas, velocidade de informações medidas em trilhões de
bits, conexões entre satélites, circuito de imagem digital, existem, no
mundo, um bilhão e quinhentos milhões de pessoas em extrema pobreza
(dos quais dois terços são mulheres), 20% de miseráveis (cada pessoas
sobrevive com menos de um dólar diário), a cada dia um quinto da
população não tem o que comer, 25% dos adultos são analfabetos, enquanto
aproximadamente um trilhão de dólares (equivalentes à renda da metade
da população mundial) são gastos por ano em programas militares. Estes
contrastes mostram os desencontros comportamentais existentes. Diante
desse quadro, é difícil compreender as propostas de filósofos e
teólogos, analisadas e debatidas desde a Antiguidade até os dias de
hoje, como também os pensamentos de ateus e agnósticos. Todavia,
respeitando as várias teses e reflexõ
es, gostaríamos de salientar nossa admiração às ideias e sentimentos de
Santo Tomás de Aquino e de Santo Agostinho, escolásticos inspirados nas
mensagens de Cristo e de São Paulo e nas filosofias de Platão e
Aristóteles, que mostram a importância da fé e da razão e que o
Cristianismo pode proporcionar uma solução integral. Por sua vez, de
acordo com o tomismo, verdade existe e Deus é a própria verdade.
Conforme João, 14,6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.”
Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC
Ex Governador do Ceará e meu amigo
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