O Brasil visto de fora

A repercussão internacional da fala de Bolsonaro em Davos
Daniel Buarque relata a repercussão da primeira e curta aparição de Bolsonaro no cenário mundial em Davos. O mundo dos negócios, diz Buarque, espera atos e prazos e não se encanta com promessas de campanha. O New York Times, por exemplo, disse que “o discurso de abertura de Bolsonaro deu o tom para uma reunião de Davos (…) em desacordo com a ética da conferência de cooperação global e a ordem liberal internacional.” O Daily Telegraph disse que “Bolsonaro não conseguiu honrar seu título de 'Trump dos Trópicos’, com um discurso pouco inspirado em Davos, que deixou de lançar luz sobre a direção da oitava maior economia do mundo.” Buarque aponta que houve uma falta de interesse geral da mídia, “gerada pelo discurso sem novidades e sem detalhes sobre os planos de Bolsonaro para o país.” A Fortune deu um título e um texto mais positivo citando Nariman Behravesh, da IHS Markit, dizendo que o discurso foi muito parecido com os de líderes que vão a Davos buscando atrair investimentos. “Foi um pouco decepcionante não conter mais detalhes do que pretende fazer, mas os objetivos gerais foram encorajadores.” Provavelmente o moço quis dar o recado de que esperam “mais detalhes” antes de abrir o cofre.
Amélia Gonzalez relata os comentários de vários ambientalistas brasileiros sobre a fala do presidente em Davos, em especial o trecho em que ele falou da interdependência entre meio ambiente e desenvolvimento. Já neste início de governo, ficou claro para os ambientalistas que a prática se dá no sentido contrário da frase, dado o desmonte do ministério do meio ambiente e a transferência de algumas de suas mais importantes atribuições para o colo ruralista no ministério da agricultura.
Ontem, Bolsonaro e seus ministros não compareceram à coletiva de imprensa, deixando perplexos os jornalistas que os esperavam. O presidente alegou que tinha muitos compromissos e que estava cansado. Até Trump, no ano passado, foi na coletiva e conseguiu não se sair mal. Bolsonaro acabou dando razão a quem disse que ele tinha stage fright - medo do palco.

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