Será arquivado o projeto de lei que concedia o título de cidadão cearense ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). A matéria, de autoria do deputado, Ely Aguiar (DC), deixa de tramitar porque 10 dos 13 parlamentares do PDT retirarão a assinatura de apoio à honraria.
A Casa tem 46 parlamentares e o número mínimo de assinaturas necessárias para este tipo de projeto ser aprovado é 32. Antes da saída do PDT, a propositura contava com 33 assinaturas. Dessa forma, com o recuo pedetista, o projeto será arquivado e só poderá ser votado na próxima legislatura.
O líder do PDT na Assembléia, Ferreira Aragão, que não foi reeleito, disse para o Blog Política que a decisão se deu em termos nacionais. “(Diretório nacional) exigiu que os deputados tirassem as assinaturas. Eu, na qualidade de líder, transmiti a decisão”.
Embora tenha sido um dos parlamentares que assinaram a propositura, ele afirmou concordar com a decisão nacional, além de minimizar as demais assinaturas que o PDT deu em favor do título. Aragão explicou que esse tipo de homenagem é tradição na Casa e que os parlamentares tendem a assinar dentro do costume. Questionado sobre os três deputados que não assinaram, ele respondeu que estavam ausentes no dia.
Ainda segundo Aragão, os colegas também entenderam a determinação do partido. O PDT forma bloco de oposição puxado pelo senador eleito Ciro Gomes (PDT) ao presidente eleito.
Conforme o candidato derrotado ao Governo do Estado, Ailton Lopes (Psol), a decisão é acertada, já que Bolsonaro “nunca fez nada pelo Ceará”, além de já ter manifestado preconceito contra nordestinos. Lopes, inclusive, foi autor de evento no Facebook contra a ideia.