O SERTÃO VAI
VIRAR DESERTO
O Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de
Desastres Naturais) fez um estudo sobre o que pode acontecer no semiárido brasileiro
em diferentes cenários climáticos. A região acaba de amargar sete anos
seguidos de muito pouca chuva, e esse é um quadro que pode virar permanente,
caso as metas do Acordo de Paris não sejam alcançadas. O climatologista
Carlos Nobre, um dos autores do estudo, contou ao Estado de São Paulo que “no
pior ano de seca do período recente, em 2012, a área que ficou em condição de
seca extrema foi de cerca de 2%. Até o final do século, em um cenário de 4°C,
51% poderia ser afetado por essas secas extremas”. E a área do polígono das
secas pode crescer e abarcar parte do Cerrado no Maranhão, do Piauí e da
Bahia. Nobre acrescenta sua preocupação com o processo de desertificação da
região em que, com a perda de vegetação nativa, o solo fica exposto. Quando chove,
acrescenta, “isso tira a camada superior e resta somente um solo rico em
metais. E aí pode chover o quanto for, que a vegetação não volta. Com as
mudanças climáticas, essas condições para a desertificação podem aumentar”.
Daí o título da nota: ao invés de virar mar, o sertão vai virar deserto
mesmo.
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