Segundo o Ibope, saltou de 67% para 83% o número dos brasileiros que consideram a conta de luz cara nos últimos cinco anos
– Oitenta
e três por cento dos brasileiros consideram as tarifas de energia caras
ou muito caras no Brasil, um salto de 16% nessa percepção nos últimos
cinco anos. O resultado é fruto da pesquisa Ibope realizada este ano sob
encomenda da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia
(Abraceel).
O
mesmo levantamento revela que 69% dos brasileiros querem a
portabilidade da conta de luz, do mesmo modo como ocorre no setor de
telefonia. Se tivessem a possibilidade de escolher o fornecedor de
energia elétrica, nada menos do que 61% dos consumidores migrariam
imediatamente as suas contas para outras empresas.
Atualmente,
apenas grandes indústrias e comércios podem optar pelo mercado livre de
energia, que, juntas, obtiveram uma redução média de 23% nas contas de
luz nos últimos 15 anos. A atual regulamentação prevê que somente
empresas com consumo acima de 500 kW são elegíveis, um universo limitado
a cerca de 15 mil negócios no Brasil. “A pesquisa do Ibope mostra
claramente que os cidadãos querem ter direito aos mesmos benefícios das
grandes empresas”, explica Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel.
O
projeto de lei de reforma do setor elétrico, PL 1917/15, prevê uma
abertura para os consumidores residenciais somente em 2028. Mesmo a
totalidade das empresas do Grupo A, de alta tensão, composto por 182 mil
pequenas e médias indústrias e estabelecimentos comerciais do Brasil,
somente em 2026 seria contemplado. Um estudo da Abraceel mostra que
inexistiria impacto para as distribuidoras e para os contratos vigentes
se o benefício fosse adiantado para 2021. “Com a atual crise, seria o
momento do setor produtivo dar um salto em sua competitividade”, afirma
Medeiros.
Os
brasileiros consideram o preço como o principal motivo para a troca do
fornecedor de energia elétrica, com 67% das menções. Em segundo lugar,
com 17% das respostas, surge a questão da qualidade do serviço e, em
terceiro lugar, com 12%, aparece o desejo de utilizar fontes limpas,
tais como energia eólica e solar.
O
desejo de produzir energia elétrica na própria casa também apresentou
um grande aumento nos últimos cinco anos. Saltou de 77% em 2014 para 89%
neste ano, nada menos do que 12 pontos percentuais. Os consumidores
estariam dispostos a investir em painéis solares ou geradores eólicos,
entre outras fontes renováveis, ainda que apenas 1% tenha respondido que
efetivamente utiliza algo do tipo em suas residências.
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