Ferro na boneca

Conta de luz sobe até 7,96% no Ceará a partir de domingo

A partir do próximo domingo (22), a energia elétrica ficará mais cara no Ceará. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, ontem, o reajuste tarifário anual das contas de energia elétrica no Estado, cujas tarifas terão aumento, em média, de 4,96% para todos os 4.016.768 clientes da Enel Distribuição Ceará. Para os consumidores de baixa tensão, em sua maioria clientes residenciais, haverá um reajuste, em média, de 3,8%. Já para os clientes de média e alta tensão, o impacto será maior – em média, de 7,96%.
O reajuste percebido para os clientes de alta tensão ficou maior devido ao encargo de CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) e do custo de transmissão, que possuem pesos maiores na tarifa destes clientes. Conforme o diretor de Regulação da Enel no Brasil, José Alves, “os principais fatores que impactaram a tarifa desse ano foram: o custo de transmissão, os encargos setoriais e o custo com a compra de energia. Já a parcela da distribuidora teve um impacto de -1,11% no reajuste, contribuindo na diminuição da tarifa”.
Segundo informou a Enel Ceará, em nota, o valor da tarifa residencial evoluiu nos últimos dez anos abaixo da variação do IGP-M e do IPCA do mesmo período, apresentando uma redução de mais de 20% no referido período. A companhia é responsável pela distribuição de energia em todo o Estado, em uma área de 149 mil quilômetros quadrados, compreendendo os 184 municípios cearenses. Sua base comercial abrange cerca de 4 milhões de unidades consumidoras, e engloba uma população de cerca de 9 milhões de habitantes.
Composição
Somente 21,6% da conta de luz se destina ao serviço de distribuição de energia operado pela Enel Ceará. Ou seja, numa conta de luz, no valor de R$ 100,00, apenas R$ 21,6 são destinados à distribuidora, para operação, expansão e manutenção da rede de energia elétrica, segundo informações fornecidas pela concessionária.

Os demais componentes que integram a conta final, paga por todos os consumidores, são: custo da energia elétrica (33,9%); tributos (29%) – como ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), de 23,6%, e PIS/Cofins (5,4%); encargos setoriais (10,5%); e custo de transmissão (5,1%). Ou seja, a carga tributária incidente é o segundo fator que mais pesa na composição final do valor do serviço.
A distribuidora ressalta que seus índices de desempenho têm sido reconhecidos pelos clientes e pelo mercado ao longo dos últimos anos e que a qualidade do fornecimento de energia continuará sendo prioridade. No ano passado, a Enel investiu R$ 716,40 milhões no Ceará, um aumento de 33,6% em relação ao ano anterior. A maioria dos investimentos foi destinado para conexão de novos clientes e para modernização e digitalização da rede de distribuição. Em 2017, a companhia foi reconhecida também como uma das três melhores distribuidoras do Brasil, através de pesquisas realizadas com os clientes pela Abradee (Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica) e é destaque anualmente no Ranking de Qualidade do Serviço da Aneel.
Fiec contesta valor que foi concedido à distribuidora
A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) contesta de maneira veemente os percentuais concedidos à distribuidora. “O reajuste da tarifa de energia elétrica para o Ceará ficou muito acima da inflação (0,2% nos últimos 12 meses, pelo IGPM), principalmente para os consumidores industriais, predominantemente de alta tensão”, aponta uma avaliação do Núcleo de Energia da Fiec.
O anúncio do reajuste anual aconteceu ontem, durante reunião de diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica, e passa a vigorar a partir do próximo domingo (22). De acordo com os índices definidos pela Aneel, as novas tarifas serão de 7,96 para os consumidores de alta tensão; 3,80% aos de baixa tensão, representando um reajuste médio de 4,96%.

Para o Núcleo de Energia da Fiec, os índices agravam as dificuldades atuais pelas quais as empresas estão passando, devido à crise que o País atravessa, o que deverá causar elevação de custos dos insumos pela classe produtiva.
“Neste sentido, confirma-se a necessidade de se verificar, de forma sistêmica, as diversas causas para a elevação continuada dos custos de energia elétrica no Brasil, para que com isso, sejam intensificadas as medidas para impedir que tal situação atinja um patamar insustentável”, reforça o Núcleo de Energia da Fiec.

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