Reforma da Previdência – Governadores mandam carta para Temer prometendo processar Carlos Marun
Governadores
do Nordeste enviaram na quarta-feira, 27, carta pública ao
presidente Michel Temer protestando contra a declaração do
ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun,
que admitiu na terça-feira, 26, que o governo pressiona gestores
estaduais e municipais a trabalharem a favor da aprovação da reforma da
Previdência em troca da liberação de recursos em financiamentos de
bancos públicos, como a Caixa. No documento, os governadores prometem
acionar política e judicialmente os agentes públicos envolvidos, caso a
“ameaça” de Marun se confirme.”Os governadores do Nordeste vêm
manifestar profunda estranheza com declarações atribuídas ao Sr. Carlos
Marun, ministro de articulação política. Segundo ele, a prática de atos
jurídicos por parte da União seria condicionada a posições políticas dos
governadores. Protestamos publicamente contra essa declaração e contra
essa possibilidade e não hesitaremos em promover a responsabilidade
política e jurídica dos agentes públicos envolvidos, caso a ameaça se
confirme”, diz versão da carta a qual o Broadcast Político, serviço de
notícias em tempo real do Grupo Estado, teve acesso.
No documento, assinado pelos governadores dos nove Estados do
Nordeste, os gestores pedem que Temer “reoriente” seus ministros para
evitar práticas classificadas pelos signatários como “criminosas”.
“Vivemos em uma Federação, cláusula pétrea da Constituição, não se
admitindo atos arbitrários para extrair alinhamentos políticos, algo
possível somente na vigência de ditaduras cruéis. Esperamos que o
presidente Michel Temer reoriente os seus auxiliares, a fim de coibir
práticas inconstitucionais e criminosas”, diz a carta.
Em entrevista coletiva, Marun admitiu na terça que o Palácio do Planalto pressiona os governadores a trabalharem a favor da aprovação da reforma da Previdência em troca da liberação de recursos em financiamentos de bancos públicos, como a Caixa. “Realmente o governo espera daqueles governadores que têm recursos a serem liberados, financiamentos a serem liberados, como de resto de todos os agentes públicos, reciprocidade no que tange à questão da (reforma da) Previdência”, disse o ministro.
Marun negou, contudo, que a negociação se configura como “chantagem”. “Financiamentos da Caixa são ações de governo. Senão, o governador poderia tomar esse financiamento no Bradesco, não sei onde. Obviamente, se são na Caixa Econômica, no Banco do Brasil, no BNDES, são ações de governo, e nesse sentido entendemos que deve, sim, ser discutida com esses governantes alguma reciprocidade no sentido de que seja aprovada a reforma da Previdência, que é uma questão que entendemos hoje de vida ou morte para o Brasil”, justificou.
Como revelou a Coluna do Estadão na semana passada, o novo ministro da articulação do governo Temer levantou todos os pedidos de empréstimos na Caixa por Estados, capitais e outras grandes cidades e condicionou a assinatura dos contratos à entrega de votos pelos governadores e prefeitos que exercem influência sobre os deputados. O primeiro a ser pressionado foi o governador de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB). Procurada, a Caixa não se manifestou sobre o assunto. (Colaborou Daiene Cardoso)
(Agência Estado)
Em entrevista coletiva, Marun admitiu na terça que o Palácio do Planalto pressiona os governadores a trabalharem a favor da aprovação da reforma da Previdência em troca da liberação de recursos em financiamentos de bancos públicos, como a Caixa. “Realmente o governo espera daqueles governadores que têm recursos a serem liberados, financiamentos a serem liberados, como de resto de todos os agentes públicos, reciprocidade no que tange à questão da (reforma da) Previdência”, disse o ministro.
Marun negou, contudo, que a negociação se configura como “chantagem”. “Financiamentos da Caixa são ações de governo. Senão, o governador poderia tomar esse financiamento no Bradesco, não sei onde. Obviamente, se são na Caixa Econômica, no Banco do Brasil, no BNDES, são ações de governo, e nesse sentido entendemos que deve, sim, ser discutida com esses governantes alguma reciprocidade no sentido de que seja aprovada a reforma da Previdência, que é uma questão que entendemos hoje de vida ou morte para o Brasil”, justificou.
Como revelou a Coluna do Estadão na semana passada, o novo ministro da articulação do governo Temer levantou todos os pedidos de empréstimos na Caixa por Estados, capitais e outras grandes cidades e condicionou a assinatura dos contratos à entrega de votos pelos governadores e prefeitos que exercem influência sobre os deputados. O primeiro a ser pressionado foi o governador de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB). Procurada, a Caixa não se manifestou sobre o assunto. (Colaborou Daiene Cardoso)
(Agência Estado)
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