”Um ano após morte de Fidel, reformas travam”
- A morte do ex-presidente
cubano Fidel Castro completa um ano hoje. A celebração em memória do
líder revolucionário deverá ser discreta, em uma Cuba prestes a passar
por um processo eleitoral que culminará na nomeação de um novo
presidente, envolvida em uma conjuntura de recessão e estancamento de
reformas, além da renovada hostilidade com os EUA. Na avaliação do
economista cubano Pavel Vidal, que atuou no Banco Central de Cuba e no
Centro de Estudos da Economia Cubana, as reformas econômicas e sociais
iniciadas pelo presidente Raúl Castro em 2010 “acabaram sendo graduais e
irregulares demais”. Em agosto, por exemplo, foi suspensa a emissão de
licenças para o trabalho autônomo em mais de 20 atividades – e alguns
tipo de autorização do tipo foram eliminadas. Em julho, Havana ajustou
sua previsão de crescimento de 2% para 1%. Mas, de acordo com a Comissão
Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Cuba deverá crescer
0,5% – e alguns economistas preveem taxas negativas. O ex-diplomata
cubano Carlos Alzugaray ressaltou que houve “atrasos” em metas
estipuladas pelo governo: descentralização estatal, maior abertura ao
setor privado e unificação monetária – em Cuba, há duas moedas, o
desvalorizado peso cubano (CUP), usado para pagar a maioria dos salários
no país, e o peso conversível (CUC), que tem o valor equivalente ao
dólar e serve para comprar mercadorias não subsidiadas. Na política,
segundo Alzugaray, prevalece “a velha mentalidade”. Ao assumir o segundo
mandato, em 2013, que termina em fevereiro, Raúl anunciou que seria seu
último período no poder. A expectativa é que o primeiro-vice-presidente
cubano, Miguel Díaz-Canel, de 57 anos, o suceda – o que confirma a
prevalência da antiga política. Paralelamente, a ascensão de Donald
Trump à presidência dos EUA fez piorar as relações de Havana com
Washington.
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