Opinião

Tarcília Rego

O Estado Verde

O encontro que reuiu as sete maiores economias do mundo, dias 26 e 27, em Taormina, Sicília (Itália), foi considerado o mais complicado dos últimos anos, em parte, graças ao presidente Donald Trump, que afirmou precisar de mais tempo para decidir sobre questões climáticas.
Ele anunciou que tomará uma decisão definitiva a respeito da permanência ou saída dos EUA do Acordo de Paris, no decorrer desta semana. Os líderes de Alemanha, França, Canadá, Itália, Japão e Reino Unido pressionaram o país a não abandonar o Acordo. A declaração final do encontro diz que
Washington “não está em posição de se juntar ao consenso” sobre as mudanças climáticas.
Enquanto o antecessor, Barack Obama, foi um dos principais fiadores do tratado, já durante campanha eleitoral, Trump classificou o aquecimento global de “farsa” e ameaçou retirar o seu país do tratado.

Apesar do vacilo dos Estados Unidos, outros países estão dobrando a aposta no Acordo de Paris. China e Índia estão aproveitando a oportunidade para liderar, com um novo relatório mostrando que ambos os países estão no caminho certo para superar suas promessas de clima de Paris.
Uma eventual saída dos EUA comprometeria as metas do Acordo. O país é o segundo maior emissor de gás carbônico do mundo, só atrás da China. No tratado, Washington se comprometeu a reduzir de 26% a 28% as emissões de gases do efeito estufa até 2025. Em longo prazo, o pacto busca manter o teto do aquecimento global abaixo de 2ºC, preferencialmente abaixo de 1,5ºC.

Em 27 de maio foi celebrado mais um Dia Nacional da Mata Atlântica. Porém, não temos muito que comemorar. O bioma, no qual está a floresta mais ameaçada do país, continua sofrendo desmatamento.
Ontem, a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgaram os alarmantes resultados do Atlas da Mata Atlântica. A organização não governamental (www.sosma.org.br) atua há 30 anos na proteção do bioma.
Foram destruídos 29.075 hectares de florestas entre 2015-2016. Há 10 anos não era registrado no bioma um desmatamento nessas proporções. Os índices atuais são comparáveis aos de 2005.

A Bahia liderou o desmatamento, com decréscimo de 12.288 ha – alta de 207% em relação ao ano anterior, na sequência, Minas Gerais, com 7.410 ha desmatados, seguido por Paraná (3.453 ha) e Piauí (3.125 ha).
Até 20 de junho, o Ministério do Meio Ambiente e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) abriram edital para contração de empresas ou de consórcios interessados na realização de dois novos projetos demonstrativos de inventário e de planos de gestão das Bifenilas Policloradas (PCBs). Iniciativas serão implementadas na Eletrobras Eletrosul S.A e na Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D).
As PCBs – Bifenilas Policloradas são moléculas cancerígenas presentes, principalmente, em equipamentos do setor elétrico. Acesse o edital da seleção em: licitacoes. undp.org.br/Avisos/Info/2017/31004.

 “Todos querem viver às custas do Estado, mas esquecem que o Estado vive às custas de todos.” Frédéric Bastiat, economista e jornalista francês do Século 19

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