Antes de mostrarmos o envolvimento de João, o “pseudo-sabido”, com a
justiça, apresentamos ao leitor a fábula de Esopo, “O corvo e a cobra”.
“Ao avistar uma cobra dormindo num lugar ensolarado, um corvo faminto
desceu voando e arrebatou-a, mas ela se voltou e lhe deu uma picada.
Então ele disse, prestes a morrer: Pobre de mim! Encontrei esse achado e
por causa dele, estou perdendo a vida”. A fábula mostra que, para achar
um tesouro, uma pessoa pode por em perigo a própria vida. Pois bem, o
“esperto” João, desde criança gostava de enganar os professores e
amiguinhos nos estudos e nas brincadeiras. Em casa, não respeitava os
pais, enfim era um menino problemático. Sua mentalidade, bem como a
forma de agir não mudou com o tempo. Já homem, com profissão definida,
gostava de tirar proveito em tudo e levar vantagens não éticas nos
negócios empresariais e, posteriormente, na politica. João era
considerado muito inteligente e vocacionado para o sucesso. Todavia, em
seu vocabulário esdrúxulo não existiam as palavras dignidade e
honestidade. Vários puxa-sacos, nas duas atividades, consideravam João
um homem de largo conhecimento. Era um vencedor contumaz nas disputas
nas áreas empresarial e politica. Ficou muito rico e detinha grande
poder. No entanto, não se pode enganar sempre. As autoridades perceberam
que havia algo estranho e descobriram as infrações e crimes cometidos
por João. Foi denunciado, investigado, julgado e preso. A historia
mostra que a ambição pelo poder e pelo dinheiro, pode levar uma pessoa a
perder a liberdade, principio básico da cidadania.
Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC
Ex Governador do Ceará e meu amigo
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