Dignidade
A
dignidade da pessoa humana, direito fundamental dos cidadãos e cidadãs,
representa a base da ordem social, política e econômica. Como
consequência surgem os conceitos de justiça, evidenciando
a igualdade de oportunidades e de democracia, ressaltando a noção de
liberdade. Por outro lado, nos dias atuais, o conceito de minoria aceito
pela ONU precisa ser revisto. Quando foi concebido, os grupos de
pessoas com características étnicas, linguísticas
ou religiosas, em muitos países, eram e ainda são discriminados e
vítimas do preconceito. No entanto, a esses grupos juntaram-se,
principalmente, os excluídos. Portanto, o que era minoria transformou-se
em maioria, em decorrência, em grande parte, de políticas
públicas inadequadas adotadas por governos de diferentes ideologias. As
minorias de hoje são representadas pelas elites políticas e econômicas,
detentoras do poder. As maiorias, por sua vez, pelos deserdados. Dessa
forma, a ação política e administrativa dos
países deve ser conduzida por um planejamento objetivo, global e atento
ao princípio da solidariedade humana, sob pena de não sabermos onde
chegaremos. Convém esclarecer que a relação entre os povos deve ser
realizada enfatizando-se os aspectos políticos e
culturais e não apenas os econômicos e financeiros, com vistas a se
alcançar uma solidariedade universal, ou seja, a paz. Ademais as ações
econômico-financeiras devem ter por objetivos, de um lado, proporcionar
condições para a superação dos desníveis sociais
e, de outro, permitir o surgimento de fatores capazes de democratizar o
uso das riquezas, mediante uma melhor distribuição de renda.
Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC- Ex Governador do Ceará e meu amigo.
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