E ai? Vai continuar acreditando na Folha?

Nova pesquisa da Ipsos reacende a polêmica sobre dados omitidos pela Folha de S. Paulo
Pesquisa da Ipsos divulgada nesta terça feira (26/7) pela BBC e pelo jornal Valor Econômico retoma a polêmica gerada semana passada acerca da divulgação da pesquisa Datafolha, que apontou que 62% são favoráveis à realização de novas eleições. No entanto, o jornal Folha de S.Paulo preferiu negar aos seus leitores o acesso a essa informação e manipulá-los ao destacar a suposta preferência de 50% da população pela permanência de Temer no governo, contra 32% que preferem o retorno de Dilma.  

A postura da Folha de S.Paulo ao divulgar informações de modo parcial demonstra o quanto a mídia, em especial o veículo Folha de S. Paulo, está disposto a assumir o lado golpista da história, ainda que com isso comprometa a credibilidade que o instituto de pesquisas Datafolha conquistou ao longo dos anos. Com essa atitude, a Folha presta um desserviço à opinião pública e ao compromisso do jornalismo com a verdade.

Com metodologia distinta, a pesquisa da Ipsos mediu na mesma pergunta: "Na sua opinião, o que é melhor para o Brasil?", as seguintes alternativas de resposta: a volta de Dilma; a permanência de Temer; a convocação de eleições pela petista; e a convocação do pleito pelo peemedebista. O resultado foi de 52% que deram preferência pela convocação de novas eleições (38% convocados pelo interino Temer e 14% pela presidente eleita Dilma após sua volta).

Além do apoio de 52% a novas eleições, o que só ocorreria com aprovação de Emenda Constitucional por três quintos dos parlamentares, dupla renúncia de Temer e Dilma, ou cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral, 20% preferem o retorno de Dilma ao governo para conclusão do mandato usurpado. A permanência de Temer no governo até 2018 é o cenário menos desejado, por apenas 16% da população, dado completamente diferente do que a FSP noticiou na manchete mentirosa de domingo, com claro viés de apoio golpista.  Outros 12% não souberam avaliar. Medindo-se por essa régua, conforme o próprio instituto Datafolha admitiu, é incorreta a manchete publicada pela Folha de S.Paulo, segundo a qual 50% querem a permanência de Temer no governo.

Por outro lado, a pesquisa Ipsos reforça a avaliação negativa do presidente interino, com 48% de desaprovação e apenas 7% de aprovação.



A pesquisa da Ipsos também aponta recuo no apoio ao impeachment, de 54% em junho para 48% este mês, e o crescimento do número dos que não querem o afastamento da presidenta eleita Dilma, de 28% para 34%. A desaprovação geral de Temer (total mais parcial) é de 68%, e da presidente eleita, 71%. No entanto, a aprovação geral de Dilma é de 25%, maior que a do interino (19%). 
Para a grande maioria da população (89%) o país está no rumo errado, mesmo resultado do apurado pela rodada anterior.

Nos dias 19 e 20 de julho, o Tribunal Internacional da Democracia reuniu-se no Rio de Janeiro, com a presença de juristas europeus, norte-americanos e latinos.  O Tribunal considerou o processo de impeachment contra a presidenta Dilma um golpe parlamentar, uma vez que não existe crime de responsabilidade ou outra conduta dolosa que implique um atentado à Constituição. Esse processo compromete a democracia em todo o mundo. A imprensa nacional, mais uma vez demonstrando seu lado, não noticiou o encontro. 

A Frente Povo Sem Medo convoca manifestações contra o golpe para domingo (31/7) em todo o país, e a Frente Brasil Popular chama a Marcha nacional contra o golpe, na abertura das olimpíadas, na sexta-feira ( 5/8), no centro do Rio de Janeiro.

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