Do DIário de Notícias de Lisboa

Milhares voltam a protestar contra novo governo e Michel Temer

Os manifestantes concentraram-se em em São Paulo e no Rio de Janeiro em protesto contra o processo de destituição da Presidente Dilma Rousseff
Milhares de brasileiros concentraram-se neste domingo hoje em São Paulo e no Rio de Janeiro em protesto contra o processo de destituição da Presidente Dilma Rousseff, substituída interinamente por Michel Temer na chefia do Estado.
Convocados por diversas organizações sociais, como o Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), a União das Juventudes Socialistas (UJS) e a Central Única de Trabalhadores (CUT), os brasileiros voltaram a demonstrar o seu descontentamento com a atual situação política do país.
No Rio de Janeiro, ao início da tarde, os manifestantes concentraram-se na Praça da Candelária, no centro da cidade.
O protesto pretendia inicialmente exigir ao presidente interino o restabelecimento do Ministério da Cultura, que foi extinto e passou a depender da pasta da Educação na sequência da reforma ministerial de Temer, que optou por reduzir o número de ministérios de 31 para 24, para cortar nas despesas públicas.
Após um coro de críticas e uma vaga de ocupação de instalações públicas por todo o país em protesto contra esta medida, o novo governo anunciou no sábado o regresso de um Ministério da Cultura, que será dirigido por Marcelo Calero.
Apesar desta medida, os manifestantes decidiram manter o protesto previsto, alterando o seu objetivo inicial pela palavra de ordem "Temer nunca mais; resistir nas ruas pelos direitos", uma forma de rejeitar a legitimidade do novo executivo.
Michel Temer é presidente interino do Brasil depois de Dilma Rousseff ter sido afastada temporariamente pelo Senado (câmara alta), no passado dia 12, por um prazo máximo de 180 dias, por suspeitas de irregularidades orçamentais, com despesas não autorizadas.
Durante este período, o Senado irá julgar Dilma Rousseff num processo presidido por um juiz do Supremo Tribunal de Justiça, mas a chefe de Estado só será afastada definitivamente se for condenada por uma maioria de dois terços dos eleitos naquele órgão.

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