Causo
capixaba
Em 1986 governava o
Ceará, e houve um grande inverno no Estado, não sendo necessário, portanto,
utilizar os aviões da FUNCEME(Fundação Cearense de Meteorologia) para provocar
chuvas. Por outro lado, o Estado do Espírito Santo estava sofrendo com uma
estiagem significativa, gerando problemas para a população e também para as
atividades produtivas. Sabendo do domínio da tecnologia de “fazer chover” pela
equipe técnica cearense, coordenada pelo competente Dr. Zaranza, e que naquele
momento as aeronaves não estavam operando, fui procurado pelo prezado amigo
Gerson Camatta, então governador do
querido povo capixaba. Solicitou-me a cessão de um avião para bombardear
nuvens. Acolhi com boa vontade e solidariedade o pedido, e disse-lhe que redigiria um convênio para assinarmos por
se tratar de uma operação de risco e relativamente dispendiosa(seguro e
manutenção do avião, despesas com pessoal e material, combustível, etc). Ele
concordou, minha assessoria elaborou o documento e fui a Vitória para
solenidade de assinatura do convênio. A imprensa divulgou amplamente. O
“Bandeirante” da FUNCEME seguiu um dia antes da minha chegada, sob o comando
dos excelentes pilotos Mauro Weyne e Arnaldo Escóssio. Fizeram apenas um
sobrevoo na Capital, nenhuma ação operacional, e foram para o Hangar. Logo
depois caiu um verdadeiro “toró”. Ao chegar no aeroporto de Vitória, no dia
seguinte, havia uma bonita faixa: “São Pedro chegou ao Espírito Santo”. Olhei para o Camatta e
disse-lhe: Amém. Rimos e fomos assinar o convênio no Palácio do Governo.
Gonzaga Mota
Professor
aposentado da UFC=Ex Governador do Ceará e meu amigo
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