A crise

Páscoa: Acesu estima alta de 10% em vendas

Diante de um desempenho abaixo do esperado para o ano de 2015, o setor supermercadista aposta no período de Páscoa para comemorar resultados mais satisfatórios em 2016. Em Fortaleza, na tentativa de usar o tempo a favor da elevação no faturamento, muitos supermercados iniciaram, antes mesmo do Carnaval, a exposição de produtos característicos da Páscoa, que acontece no dia 27 de março.
Mesmo com essa antecipação, as vendas do setor ainda são tímidas, e a projeção da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), é que haja um incremento de 7% a 10%. Apesar de positivo, o setor vem desacelerando, já que o desempenho registrado em igual período de 2015 foi de 12%.
Segundo a Acesu, as vendas de janeiro foram satisfatórias, bem como em fevereiro, embalado pelo Carnaval. “O varejo alimentar, em si, conseguiu um resultado bom e estamos com uma perspectiva muito boa, pois em fevereiro, a gente teve o período de Carnaval e isso deu uma aquecida nas vendas. Estamos otimistas para o mês de março, que é atípico – mês da Páscoa –, de sazonalidade, e projetamos um resultado positivo”, observou o vice-presidente da entidade, empresário Nidovando Pinheiro.
Preços x estoques
O dirigente aponta que o volume de vendas, para o feriado santo, seja menor esse ano, porque alguns produtos elevaram os preços, como os importados – quando se trata de bacalhau e azeite, por exemplo. “O fator da elevação dos importados está relacionada à alta do dólar. Não só em azeite e bacalhau, mas nossos peixes também tiveram um reajuste”, destaca.
Com relação aos ovos de chocolate, típicos da época, o empresário observou que não tiveram reajuste de 2015 para 2016, e mantiveram o preço. No caso do pão de coco deve ter uma majoração por conta do trigo, também por conta do dólar. “Tivemos um ano (de 2015) de muitos reajustes, principalmente no final do ano, e em 2016 as indústrias também reajustaram seus preços por conta dos salários”, ponderou Nidovando.
Com esse comportamento de alta de preços, a previsão é de que muitos consumidores migrem para outras opções ou reduzam o consumo no período santo, já que o orçamento das famílias está cada vez mais comprometido e o endividamento cresce, por conta da crise. “No caso dos chocolates – ovos de Páscoa, mais especificamente –, a gente percebeu que houve uma queda na questão do consumo, então, a gente reduziu a compra (de estoque)”, informou Pinheiro.
“Quanto ao bacalhau, a gente também já teve uma redução na compra do produto, porque a gente acha que haverá uma pequena demanda e, além disso, o consumidor vai começar a migrar para outros peixes, cujos preços estejam ao alcance dele. E esse movimento tende a acontecer em outros segmentos”, enfatizou o dirigente.
Cautela marca as ações do segmento
A atual situação da economia brasileira fez com que os supermercadistas decidissem realizar as compras para a Páscoa com muita antecedência. “A dificuldade financeira forçou a antecipação de artigos e produtos para o feriado santo dos lojistas, ainda na semana do Carnaval, como pôde ser visto em algumas lojas da Capital, em plena Quarta-feira de Cinzas”, observou o dirigente. Apesar dessa antecipação, o empresário destaca que as vendas ainda estão muito tímidas. “O que aquece mais o período, mesmo, até por conta do período da quaresma, é (a procura por) peixe. Mas com relação a ovos e pães de coco as vendas são tímidas ainda”, disse, lembrando que, tradicionalmente, as vendas aumentam nas vésperas do feriado.
Nidovando  afirmou, ainda, que mesmo com o bom resultado do mês de janeiro, o segmento está muito cauteloso com o mercado, esperando que só aconteça uma reação do volume comercializado, depois do meio do ano. “Acho que, no segundo semestre, a gente tenha um mercado mais equilibrado, bem como as vendas, e, talvez, nosso negócio caminhe mais para o crescimento. Agora, o primeiro semestre (para o segmento) deverá ser mais estável”, finalizou o vice-presidente da Acesu.

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