Inflação
Inflação é o aumento
persistente do nível geral de preços, significando, portanto, preços crescentes
e não preços altos. É, pois, um problema da macrodinâmica. Por sua vez, é
difícil estabelecer relação de causalidade em razão de sua natureza circular.
Além de desarticular o sistema produtivo, a inflação funciona como um tributo
bem mais perverso para as classes de menor renda do que para aquelas com maior
robustez financeira e monetária. Em outras palavras, os mais pobres –
geralmente, desempregados, subempregados ou assalariados – não possuem o poder
de autodefesa, ou seja, medidas para se proteger da agressão inflacionária.
Outro aspecto negativo, a inflação estimula mais as pessoas a gastar, muitas
vezes sem nenhum controle racional, do que a poupar, porque corrói o valor do
dinheiro. Com efeito, tal comportamento gera o fenômeno da retroalimentação
inflacionária, elevando ainda mais os preços. Combater a inflação não é fácil.
Às variáveis econômicas, juntam-se manifestações psicológicas. De um lado, o
esforço para debelar deve ser implementado procurando-se compatibilizar e
definir a dosagem certa (posologia) da politica monetária com relação aos
aspectos fiscais, cambiais, sociais, de desenvolvimento, etc, e por outro lado,
buscando-se reduzir os efeitos colaterais negativos, principalmente, no tocante
à queda do investimento e do emprego. Ressalte-se, que o debate para encontrar
a melhor forma visando controlar a elevação de preços constitui, ainda hoje,
uma grande batalha intelectual entre estudiosos monetaristas e keynesianos.
Gonzaga Mota-
professor e escritor, ex-governador do Ceará e meu amigo.
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