Previsões
traidoras
Há pouco mais de dois meses,
neste mesmo espaço, fizemos uma resumida analise técnica
e previsão de alguns indicadores da economia brasileira para o final do
corrente ano. Conforme ressaltado, nos baseamos em relatórios de instituições
públicas e privadas nacionais, como também em informações de organismos
internacionais. Recebemos alguns telefonemas e “e-mails”, contestando as
estimativas, assim como externado o nosso pessimismo. Naquele artigo – não
esquecer que a data das previsões era o final de 2015 – admitimos que a taxa de
inflação ficaria entre 8,0% e 8,2%; o desemprego seria próximo de 8,0%; o
câmbio (R$/US$) no intervalo de3, 0 a 3,6; o PIB cairia cerca de 1,2%; a taxa
básica de juros(Selic) se estabilizaria em 14,0%; bem como os saldos comercial
e em transações correntes do Balanço de Pagamentos seriam deficitários em US$
3,6 e US$ 100,0 bilhões, respectivamente. Para preocupação dos brasileiros,
estamos no fim do sétimo mês do ano, e os indicadores mencionados já alcançaram
níveis mais desfavoráveis do que aqueles por nós previstos no mês de maio
próximo passado. É claro, respondendo hoje aos que nos contraditaram, não fomos
pessimistas. Por sua vez, não devemos desanimar. O Brasil é viável e possui um
povo patriota e trabalhador que se inspira no lema de nossa Bandeira
republicana: Ordem e Progresso. No entanto, repetimos, torna-se fundamental
definir uma agenda estratégica, envolvendo não apenas ajustes circunstanciais,
de curto prazo, mas reformas estruturais, compatíveis com os anseios éticos,
democráticos e de justiça da população.
Gonzaga Mota-
professor,escritor, ex-Governador do Ceará e meu amigo.
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