Inimigos dos presos estão todos em estado de graça e o americanos com ódio porque perderam a Copa


Corrupção no futebol
O dia 27 de maio de 2015 promete ficar marcado para sempre na história do futebol e pode ser um divisor de água no que diz respeito à entidade máxima que rege o esporte em todo o planeta, a Fifa, assim como para inúmeras confederações ligadas a mesma, além de vários nomes importantes da cartolagem mundial. O dia 27 de maio de 2015 tinha tudo para ser um dia como outro qualquer, uma quarta-feira normal, com bola rolando em muitos estádios mundo afora, de gols, com choro e com, uma quarta de riso, de classificações, eliminações e até títulos. Mas quis a Agência Federal de Investigação dos Estados Unidos, o popular FBI, que esta quarta-feira não fosse apenas importante para o futebol dentro de campo. Pelo contrário, que fosse um marco fora dele.

Em busca de justiça
Uma operação liderada pelo FBI, em parceria com a polícia suíça, deteve sete dirigentes de alto escalão de entidades ligadas a futebol, entre eles José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), sob a acusação de corrupção em entidades ligadas à Fifa. A dois dias da eleição para a presidência da entidade máxima do futebol, as autoridades suíças adentraram o hotel cinco estrelas em Zurique em que estes cartolas estavam hospedados e fizeram as detenções, de acordo com nota oficial do Departamento de Justiça norte-americano. Segundo o comunicado, um total de 14 réus são acusados de extorsão, fraude, lavagem de dinheiro, entre outras tantas irregularidades. A investigação aponta suborno de R$ 450 milhões (cerca de US$ 150 milhões) em questões ligadas a transmissão de jogos e direitos de marketing do futebol na América do Sul e EUA.
Seis dos sete dirigentes presos ontem recusaram a extradição para os Estados Unidos. Desta forma, as autoridades suíças pedirão aos Estados Unidos o envio de “pedidos formais de extradição num prazo de 40 dias”, conforme o tratado em vigor entre ambos os países, para dar prosseguimento ao caso. Em resposta de apoio ao ato de combate à corrupção no futebol, a Fifa anunciou o banimento temporário de pelo menos 11 envolvidos na investigação da Justiça dos EUA sobre um esquema de corrupção no futebol mundial. Entre os punidos está o José Maria Marin, que além de presidir a CBF até poucas semanas atrás, também chefiou o Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014. “As acusações estão claramente relacionadas ao futebol e são de uma grave natureza que foi imperativo tomar medidas rápidas e imediatas”, afirmou o presidente do comitê de ética da Fifa, Hans-Joachim Eckert.

Por que aconteceu?
O FBI entrou em ação motivado por investigações realizadas pelo ex-procurador de Justiça dos EUA Michael Garcia, contratado pela Fifa em 2014 para examinar a escolha da Rússia e do Qatar para a sede das Copas de 2018 e 2022, respectivamente (derrotando candidatura dos Estados Unidos). O relatório final apontou uma série de irregularidades, mas foi ignorado pela entidade máxima do futebol. A partir daí, a agência governamental (espécie de Polícia Federal dos EUA) passou a investigar mais a fundo, já que muitas das transações ilícitas foram acordadas e realizadas envolvendo bancos norte-americanos. O FBI alega ter jurisdição para sobre o caso pelo fato das empresas de mídia do país bancarem o maior valor de direitos de transmissão da Copa do Mundo.
Os sete presos em Zurique:
- José Maria Marin (ex-presidente da CBF e membro do comitê organizador da Fifa para torneios olímpicos)

- Jeffrey Webb (vice-presidente da Fifa, presidente da Concacaf e ex-presidente da federação das Ilhas Cayman)

- Eduardo Li (presidente da Federação Costarriquenha e membro dos comitês executivos da Fifa e da Concacaf)

- Julio Rocha (presidente da federação da Nicarágua)

- Costas Takkas (dirigente da Concacaf)

- Rafael Esquivel (presidente da Federação Venezuelana e membro do comitê executivo da Conmebol)

- Eugenio Figueiredo (vice-presidente da Fifa e ex-presidente da Conmebol e da federação uruguaia)

Os outros sete indiciados pela operação são: Nicolás Leoz (ex-presidente da Conmebol), os executivos de marketing esportivo Alejandro Burzaco, Aaron Davidson, Hugo Jinkis e Mariano Jinkis, além do brasileiro José Margulies, que seria o intermediário responsável por facilitar os pagamentos ilegais. Entre eles está o empresário brasileiro J. Hawilla, da empresa de marketing esportivo Traffic, que se comprometeu a devolver US$ 151 milhões.

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