Que crise é essa?

Setor atacadista cearense tem maior alta da região
Apesar do cenário de economia em desaceleração, um dos setores que apresentaram crescimento em 2014 foi o dos agentes de distribuição, que alcançou alta real de 0,9% (7,3% nominal), acima, portanto, do PIB (0,1%) nacional, e faturou R$ 211,8 bilhões, respondendo por 51,7% do segmento mercearil nacional. Nessa área, o Estado do Ceará, em especial, cresceu ainda mais: 14,1%, em média, o melhor resultado da região Nordeste – que registrou crescimento nominal de 11% no período, ou seja, 3,7% acima da média nacional, conforme a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad).
De acordo com os dados do Ranking Abad/Nielsen 2015 – Ano Base 2014, divulgados, ontem, os números refletem as mudanças ocorridas nos hábitos do consumidor e acentuam a diferença no ritmo da economia entre as grandes cidades e as cidades médias do interior do País. O estudo do ranking mostra que o consumo nas capitais, em especial no Sudeste, cresce em ritmo bem menor do que aquele observado no interior e nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. Essas regiões são formadas principalmente por cidades de médio porte e concentram as redes médias de atacadistas e distribuidores, de alcance regional. Acompanhando a tendência, as redes regionais de supermercados também crescem no Nordeste e no Centro-Oeste, duas vezes mais do que as grandes redes nacionais e multinacionais.

Mudança de hábito
Conforme o levantamento,  o consumidor está ainda mais cauteloso. “Está fazendo compras do mês no autosserviço, buscando fugir da inflação, e compras de reposição nas lojas de vizinhança, conforme mostram os números. Essa tendência se reflete no crescimento do chamado atacarejo, mas também do atacadista ou distribuidor que abastece o pequeno varejo”, disse a Abad.
Nos grandes centros urbanos, o ano de 2014 registrou um movimento do consumidor no sentido de voltar a fazer compras para o mês, em parte para garantir o preço, diante da inflação crescente, em parte para aproveitar descontos decorrentes da aquisição de maiores volumes. Dessa forma, houve um maior movimento nos atacados de autosserviço (atacarejos), que complementam as compras dos hipermercados na preferência do consumidor pelos preços atrativos, e também uma maior frequência nas visitas aos supermercados médios (cinco a 19 checkouts), que possuem maior variedade e preço mais competitivo frente ao varejo de vizinhança. A participação dos atacarejos nos gastos do consumidor cresceu 29%, enquanto a dos mercados cresceu 17%.
Presidente da Abad diz que mercado está aquecido
Para o presidente da Abad, empresário cearense José do Egito Frota Lopes Filho, a apresentação de resultados, bem acima da média nacional, “reflete um mercado mais aquecido, mas, também, as melhorias implementadas pelas empresas do setor”. O dirigente destaca que, entre as 387 empresas que responderam ao questionário do ranking por dois anos consecutivos (2014 e 2015), entre elas várias do Nordeste, o crescimento nominal foi de 8,7%, isto é, 1,2% acima do crescimento médio nominal do setor (7,3%). Esse excelente desempenho, na avaliação da Abad, “é o resultado de empresas mais profissionalizadas, que dedicam maior atenção ao planejamento, à gestão e às ações focadas na melhoria da produtividade”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário