Dilma e Obama irão discutir ensino técnico durante encontro nos EUA

A presidente Dilma Rousseff e o presidente americano Barack Obama devem aproveitar a visita da líder brasileira a Washington, em 30 de junho, para anunciar duas iniciativas -um programa focado em ensino técnico, com inspiração nos "community colleges" dos EUA, e um compromisso para redução de emissões de carbono, segundo a Folha apurou com fontes dos governos brasileiro e americano.


Durante a Cúpula das Américas no Panamá, no início de abril, Dilma disse ao presidente norte-americano que gostaria de uma cooperação para ampliar o ensino técnico no Brasil, momento em que Obama mencionou os "community colleges".
A ideia seria usar no Brasil a experiência que os americanos têm com o ensino profissionalizante dos "community colleges" -faculdades de apenas dois anos, que podem ser cursos técnicos ou uma fase inicial para quem quer completar os estudos em uma universidade depois.
Os líderes também podem fazer declaração de intenções semelhante ao acordo anunciado por EUA e China em novembro de 2014, com compromissos para redução de emissões de carbono.
"Talvez por causa do trabalho prévio do vice-presidente [Joe Biden], temos muitos objetivos comuns, entre eles a cooperação em questões como a mudança climática", disse uma autoridade do governo americano.
De acordo com um representante do governo brasileiro, "há uma grande chance de o Brasil assinar uma declaração [de metas de redução]; o que os EUA fizeram com a China foi muito positivo, embora ainda achemos que os países desenvolvidos tenham uma responsabilidade histórica e que nós não podemos pagar essa conta."
Depois de dois anos de relações estremecidas por causa do escândalo de espionagem, o governo brasileiro já fez um gesto de boa vontade.
Na semana passada, o Executivo enviou ao Congresso o acordo de cooperação em defesa, que estava parado havia cinco anos. Agora, os americanos esperam que Dilma envie ao Congresso o acordo de compartilhamento de informações militares.
Juntos, os acordos permitem que o Brasil compre equipamento com tecnologia sensível dos EUA. As empresas americanas têm grande interesse nisso, e o Brasil quer ter acesso às tecnologias.
Os EUA querem apoio do Brasil para lidar com a crise venezuelana, porque Obama não pretende ter nenhum protagonismo na questão, após a reação que as sanções causaram. A Casa Branca espera que o Brasil ajude para assegurar que não haverá mais opressão a opositores.
Já a prioridade dos brasileiros é reduzir o deficit comercial com os EUA e atrair investimentos para energia renovável e pré-sal.
O pleito brasileiro a um assento permanente num Conselho de Segurança da ONU reformado não morreu.
Vamos repetir o pedido, e não descarto os EUA nos apoiarem; Obama tem feito lances ousados em política externa, vide a reaproximação com Cuba e Irã", diz uma autoridade. A Casa Branca mantém silêncio sobre o assunto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário