O
governador Camilo Santana apresentou na Assembleia Legislativa, na manhã
desta quarta-feira (25), o “Plano Estadual de Convivência com a Seca”.
Dividido em cinco eixos, o plano prevê medidas emergenciais,
estruturantes e complementares para a convivência com a crise hídrica no
Ceará. “O intuito de vir a esta Casa é de discutir e apresentar um
trabalho que tentamos consolidar em uma primeira experiência dessa
gestão, fazendo um trabalho intersetorial em que envolvemos várias áreas
do Governo. Esse é um plano que, além de acompanhar as ações urgentes
que já foram e que estão sendo feitas pelo Governo, tem o objetivo de
pensar no futuro do Ceará com um olhar preventivo e planejado das ações
relacionadas à questão da seca”, destacou o governador, em discurso aos
deputados estaduais.
O
plano prevê, com uma gestão institucional integrada, diversas medidas
em cinco eixos, são eles: segurança hídrica, segurança alimentar,
benefícios sociais, sustentabilidade econômica e conhecimento e
inovação. Com as previsões anunciadas pela Fundação Cearense de
Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) de que as chuvas ficarão
abaixo da média em 2015, o governador Camilo Santana designou uma equipe
formada por gestores e técnicos de secretarias de estado, da Casa Civil
e do Gabinete do Governador para desenvolverem as principais ações.
Durante
cerca de quatro horas, o governador apresentou as principais
providências em sessão extraordinária da Assembleia Legislativa. “Esse é
um plano dinâmico que depende das condições climáticas do nosso Estado,
fortalecendo ainda mais a capacidade do Estado de pensar políticas
públicas sobre essa questão de forma estratégica e planejada”, reforça o
governador, que adiou uma viagem a Brasília para responder aos
deputados.
Após
o discurso, o presidente da Casa Legislativa, Zezinho Albuquerque,
abriu a sessão para debates e questionamentos dos parlamentares. Os
deputados elogiaram a atenção do governador que tem se mostrado
transparente e aberto ao diálogo com a Casa.
Sobre o Plano Estadual de Convivência com a Seca
Entre
as ações emergenciais estão a utilização de carros-pipas e a construção
de adutoras e poços profundos. Entra neste rol ainda o reforço de
investimentos em benefícios sociais, como o Garantia Safra 2015 para
334.113 agricultores de 182 municípios; e o Seguro Pesca, que vai
atender 2.871 pescadores. Os recursos também devem reforçar o setor
apícola em 168 municípios, o Programa Leite Fome Zero (gerando 36,5
milhões de litros) e o Programa de Aquisição de Alimentos para 4.743
agricultores de 157 cidades.
Para
melhorar a qualidade de vida da população a médio e longo prazo foram
pensadas as medidas estruturantes. Seus principais focos são as obras de
transferência hídrica, como a finalização do Trecho 1 do Cinturão das
Águas, o início do Trecho 2, a duplicação do Eixão das Águas, a
construção de 6 barragens (Amarelas, Germinal, Melancia, Jucá,
Frecheirinha e Lontras), de cisternas e adutoras. Destaque também para o
projeto de implantação de reuso da água na Estação de
Pré-Condicionamento de Esgoto do Complexo Industrial e Portuário do
Pecém, uma iniciativa exemplar que já vem sendo utilizada em países como
Estados Unidos e outros da Europa.
Por
último, o plano conta ainda com ações complementares de iniciativa dos
Governos Federal e Estadual para reforçar seu alcance. São elas:
transposição do São Francisco, renegociação de dívidas do Programa
Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), assistência a perímetros
irrigados federais, operação carro-pipa do Exército Brasileiro,
programas de venda de milho e caroço de algodão e construção da barragem
Fronteiras, em Crateús. Além ainda de uma ampla campanha educacional de
uso responsável da água, para aumentar a eficiência hídrica na
agricultura familiar e nos centros urbanos.
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