Mas até na terra do Pepe!!!

Brasileiros são alvo de ladrões no Uruguai

Pedidos por documentos que substituem passaportes e RGs roubados dobraram em relação aos seis meses anteriores
Diplomatas afirmam que turistas se sentem mais seguros no país e por isso deixam de tomar precauções
FELIPE GUTIERREZ ENVIADO ESPECIAL DO UOL A MONTEVIDÉU Brasileiros têm enfrentado um problema inesperado ao visitar o Uruguai: crimes. O número de assaltos e furtos aumentou no país e muitos turistas que procuram Montevidéu e Punta del Este estão entre as vítimas.
Quando um brasileiro fica sem passaporte ou RG durante visita ao Uruguai, precisa procurar o consulado brasileiro no país e solicitar um documento provisório que o permita voltar.
Nos primeiros 14 dias deste ano, foram concedidas 33 autorizações de retorno ao Brasil a vítimas de furto ou roubo -mais do que o dobro da média dos seis meses anteriores, de 16.
Um dos motivos do aumento de casos é que há também mais gente tirando suas férias no país vizinho. Em 2014, o Uruguai foi destino de 870 mil brasileiros, 400 mil a mais que no ano anterior.
CLIMA DE FÉRIAS
Mas não é só isso. Segundo diplomatas brasileiros, os turistas se sentem mais seguros no Uruguai e deixam de tomar precauções que, no cotidiano das cidades brasileiras, são corriqueiras.
É o caso da administradora Patricia Santos Bastos, 39, que chegou de carro a Montevidéu no dia 3 de janeiro.
Ela estava sentada no banco do passageiro, ao lado do marido, com a bolsa no colo -algo que não costuma fazer no Brasil. Quando pararam no trânsito, um ladrão arrebentou o vidro do carro com uma pedra e levou a bolsa.
O casal teve ferimentos leves por causa dos estilhaços e perdeu R$ 1.800.
"Foi um choque, não só porque eu estava relaxada, de férias e menos atenta, mas também porque foi a primeira vez que fui assaltada", conta Bastos, que já morou em Salvador, Vitória, São Paulo e hoje vive em Florianópolis.
O delegado do distrito policial onde há a maior concentração de turistas em Montevidéu afirma que de fato houve aumento no número de vítimas brasileiras.
Sob a condição de que não fosse identificado, creditou a tendência a uma sensação de segurança exacerbada por parte dos turistas do Brasil.
Ele disse também que a maioria dos autores não é de bandidos "profissionais", mas sim, de criminosos que enxergam uma oportunidade de roubar, mas que não necessariamente planejam a ação. E a grande maioria das ocorrências é de furto, ou seja, sem uso de ameaça ou violência.
PREJUÍZO
Marcelo Ricciardi, 38, de Curitiba, teve a carteira furtada em uma feira de rua na capital uruguaia. Perdeu cerca de R$ 1.000, cartões de banco e documentos.
"Foi um descuido andar com a carteira recheada no bolso de trás", afirma o empresário, em sua terceira viagem ao Uruguai. De acordo com ele, a visita também deve ser a última: "Eu me desanimei com o país, acho que não volto mais".

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