No anúncio do minimo de 2015 as previsões de Pai Guido


Mantega diz que PIB crescerá 3% e inflação será de 5%
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou, ontem, que o crescimento da produção nacional, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), que corresponde a todas as riquezas produzidas no País, deverá ser de 3% e que a inflação ficará em 5%. Ele também asseverou que deverão ocorrer algumas alterações no cenário econômico brasileiro, nos próximos meses, com o objetivo de que sejam alcançados estes percentuais. Além disso, as declarações do ministro também pretendiam servir como justificativa para as previsões otimistas com relação aos dois números anunciados, que são contrárias a tudo aquilo que o mercado financeiro vem afirmando, nos últimos três meses, anunciando sucessivas quedas no que diz respeito ao resultado do PIB brasileiro. Estes números constam do Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa), para o ano que vem.
De acordo com o ministro, as sérias adversidades sentidas este ano, devido à estiagem em grande parte do Brasil, além da grande quantidade de feriados – especialmente nos meses de junho e julho, por conta dos jogos da Copa do Mundo –, não vão acontecer em 2015, favorecendo o crescimento do País. “Estamos trabalhando com uma estimativa de PIB de 3% e salário mínimo de R$ 788,06, com inflação de 5%. Mas vai haver mudança de cenário, no qual os problemas conjunturais deste ano não vão se repetir em 2015”, explicou Mantega. O projeto de lei será aprovado pelo Congresso Nacional nas próximas semanas, para ser executado pelo próximo presidente.
Ele ainda lembrou que o desempenho da economia dos principais países do mundo não melhorou como era esperado pelo mercado internacional, mas os Estados Unidos estão apresentando uma recuperação mais sólida, e nos próximos meses deverá ser registrado um crescimento mais consistente na economia norte-americana. Já no que diz respeito aos países que formam a Comunidade Europeia, afirmou que ainda estão patinando, mas que, apesar disso, é possível prever melhoria do cenário econômico. “Começamos 2014 com vários problemas, como a seca, que afetou os preços, incluindo os da energia e dos alimentos. E, além disso, com a turbulência do Federal Reserve (FED - Banco Central dos EUA), que reduziu os estímulos à economia local com a melhoria da situação”, lembrou Guido Mantega. Apesar disso, sinalizou a possibilidade de um mercado mais atrativo para os investidores, revertendo a situação anterior, quando os investidores deixaram os países emergentes e transferiram as suas aplicações para o mercado norte-americano.
TURBULÊNCIAS
O ministro lembrou que a moeda brasileira, o real, também enfrentou algumas dificuldades, por conta das turbulências do mercado internacional, o que acabou provocando o endurecimento das medidas ligadas à política monetária brasileira. Mantega disse que o Banco Central teve que adotar medidas como estímulo ao crédito, em resposta a essa situação, com contração da atividade econômica. “Tivemos uma expansão menor da economia. São problemas que não se repetirão, como a seca, que foi uma das maiores. Tivemos problema de custo de energia e alimentos. A inflação no último trimestre pelo IPCA foi zero, em um patamar baixo. E não vemos que ela terá mais problemas este ano”, advertiu.
O ministro da Fazenda destacou, ainda, que o País terá mais dias úteis a partir de agora, uma situação bem mais confortável do que ocorreu durante os jogos do Mundial, especialmente para setores como a indústria de transformação e a construção civil. Com o evento, foram registradas quedas no consumo e na produção, mas em contrapartida, o desempenho do setor de serviços – especialmente hotelaria, bares e restaurantes, bem como a venda de passagens aéreas –, foi impactado positivamente. “A Copa foi boa para a população, que se divertiu. Mas não teremos mais Copa no ano que vem. Além disso, o Banco Central mudou o compulsório, dinheiro que os bancos são obrigados a recolher, diariamente, para melhorar um pouco o crédito”, completou Guido Mantega, a fim de justificar suas projeções.
De acordo com a proposta orçamentária, para 2015, existe a possibilidade de um superávit primário de 2,5% do PIB, mas com os abatimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o índice pode chegar a 2%. “Está prevista a possibilidade de abatimento do PAC, mas não é obrigatório. É facultativo”, ressaltou Mantega. Ele destacou que o governo se esforçará para produzir superávit primário, “dando espaço para uma política monetária mais flexível do Banco Central”. De acordo com o ministro, no próximo ano, não haverá mais desonerações. “Na medida que a crise vai passando, vão se criando as condições para um superávit primário maior”, concluiu.

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