Há coisas que pouca gente entende e, por não entender,
ou por maldade mesmo, fruto da ignorância política, prefere se fazer de doido e
sair pela aí, escrevendo e/ou falando besteira. As últimas grandes tiradas de besteirol,
saíram depois da reunião do Brics em Fortaleza. Aí, pra não ser só minha a
opinião de quem acompanha essa coisa faz tempo,muito tempo, corrí à um
especialista e ouví isso aí, graças ao Ancelmo: “A criação de um novo
instrumento financeiro internacional, que finalmente saiu do papel na capital
cearense, como principal resultado da VI Reunião de Cúpula do Brics, responde
ao estupor, em que se encontram os mecanismos financeiros internacionais na
esteira da crise financeira mundial de 2008. Uma reforma do FMI, brecada desde
2010 pelos detentores dos pesos majoritários do capital desta instituição, foi
uma das fortes motivações para que os “insatisfeitos” lançassem uma iniciativa
arrojada e mais do que necessária, devido à falta de progresso na reformulação
dos mecanismos existentes da governança financeira internacional. Segundo a
Declaração de Fortaleza, o Brics está desapontado com a “não implementação das
reformas do Fundo Monetário Internacional (FMI), ... o que impacta
negativamente na legitimidade, na credibilidade e na eficácia do Fundo.” O Novo Banco de Desenvolvimento dos
países, cuja participação da economia e do comércio globais é crucial e
crescente, constitui uma espécie de blindagem contra crises de abrangência
mundial, um reforço de estabilização de moedas nacionais e de diminuição do
grau de sua dependência de altos e baixos do binômio “dólar-euro”, um respaldo
para pagamentos e compensações mútuas em moedas nacionais do Brics e, "the
last but not the least", uma ferramenta importante para desenvolvimento. Formulado
como mecanismo de desenvolvimento, cuja prioridade seria a criação e a
modernização da infraestrutura dos países-participantes, a criação do Novo
Banco é acompanhada pelo estabelecimento do Arranjo Contingente de Reservas
(ACR) do Brics com a dimensão inicial de US$ 100 bilhões para situações
financeiras e monetárias críticas, tanto dentro quanto fora dos países
constituintes. Além disso, um eventual fundo de reserva de hidrocarbonetos,
conforme a proposta da Rússia, poderia ser criado no âmbito do Brics,
constituindo junto com todas estas providências um mecanismo anti-crise do
Brics. O Novo Banco ficará instalado em
Xangai, tendo como seu primeiro presidente um indiano e entrando em
funcionamento pleno até 2016. Sua estrutura basear-se-á em um Conselho de
Governadores, a ser presidido por um russo e em um Conselho de Administração
(Diretores), cujo presidente será um brasileiro. O Banco terá capital inicial
autorizado de US$ 100 bilhões e um capital inicial subscrito de US$ 50 bilhões,
a serem constituídos basicamente a partir dos fundos soberanos dos cinco
países, de acordo com as seguintes proporções – 41% chinês, 18% brasileiro, 18%
russo, 18% indiano e 5% sul-africano. O capital começará a ser inicialmente
formado por contribuições de US$ 2,5 bi de cada um dos países-fundadores do
Novo Banco, até que, em uma fase posterior, chegue ao seu máximo de US$ 200 bi,
acrescido o valor do ACR. O que ganhamos
e o que perdemos com o Novo Banco? Considerado um caso de "win-win",
cada um dos países do Brics ganha com a eventualidade de mudanças bruscas na
conjuntura financeira internacional. O Brasil, em caso da deterioração no
mercado internacional das commodities, poderá estabilizar preços no mercado
interno e utilizar mercados do Brics e de suas uniões aduaneiras para a
expansão comercial e para o suprimento de combustíveis fósseis, sem falar de
investimentos em infra-estrutura. A Rússia, em caso do alargamento das sanções
dos Estados Unidos e da União Européia, poderá deslocar o peso de seu comércio
para o BRICS e servir, junto com o Brasil, de provedor de matérias primas para
os parceiros do BRICS. A Índia em situações de flutuações da moeda nacional e
desemprego, poderá fomentar o desenvolvimento das indústrias locais e investir
na infra-estrutura energética. A China, sedenta de recursos
naturais, investirá em um hub energético, junto com a Rússia e a Índia. A África do Sul prosseguirá com iniciativas de desenvolvimento da infra-estrutura regional no continente africano e em caso da desestabilização monetária, defenderá a sua moeda. Todos estes países poderão fazer ajustes comerciais em SDR1 compensações comerciais em moedas nacionais, o que já é uma rotina, embora insipiente, entre eles. A pior previsão seria uma quebra do Novo Banco, devido a uma gestão desastrosa e especulativa, por ora improvável, ou por motivo de uma competição desleal pela parte das instituições da atual ordem financeira internacional. Talvez, este último possa ser um dos resultados, caso a FMI e os emissores de dólar-euro apostem num jogo “zero- zero”, a fim de preservar a sua dominação no sistema financeiro internacional.
Um possível cenário de atuação pouco ativa do Novo Banco pode acontecer no seu próprio âmbito, quando demandas dos mais necessitados não forem acompanhadas pela generosidade do maior acionista ou quando contribuições dos fundadores não seguirem o ritmo planejado. Complementar na atual arquitetura financeira internacional, o Novo Banco de Desenvolvimento poderia ser uma resposta à crise que estamos vivendo e ocupar uma posição firme e insubstituível no âmbito financeiro internacional. Precisaremos de tempo para avaliar benefícios e custos que o Novo Banco trará aos seus fundadores, mas o que já se pode dizer é que a união faz a força e esta nova força fortalece a governança financeira alternativa na pessoa do Brics, nos tempos, quando um desenvolvimento humano mais justo e equitativo deve ser garantido por uma maior segurança financeira internacional.” * Alexander Zhebit, professor doutor do departamento de Estudos de Relações Internacionais da UFRJ
naturais, investirá em um hub energético, junto com a Rússia e a Índia. A África do Sul prosseguirá com iniciativas de desenvolvimento da infra-estrutura regional no continente africano e em caso da desestabilização monetária, defenderá a sua moeda. Todos estes países poderão fazer ajustes comerciais em SDR1 compensações comerciais em moedas nacionais, o que já é uma rotina, embora insipiente, entre eles. A pior previsão seria uma quebra do Novo Banco, devido a uma gestão desastrosa e especulativa, por ora improvável, ou por motivo de uma competição desleal pela parte das instituições da atual ordem financeira internacional. Talvez, este último possa ser um dos resultados, caso a FMI e os emissores de dólar-euro apostem num jogo “zero- zero”, a fim de preservar a sua dominação no sistema financeiro internacional.
Um possível cenário de atuação pouco ativa do Novo Banco pode acontecer no seu próprio âmbito, quando demandas dos mais necessitados não forem acompanhadas pela generosidade do maior acionista ou quando contribuições dos fundadores não seguirem o ritmo planejado. Complementar na atual arquitetura financeira internacional, o Novo Banco de Desenvolvimento poderia ser uma resposta à crise que estamos vivendo e ocupar uma posição firme e insubstituível no âmbito financeiro internacional. Precisaremos de tempo para avaliar benefícios e custos que o Novo Banco trará aos seus fundadores, mas o que já se pode dizer é que a união faz a força e esta nova força fortalece a governança financeira alternativa na pessoa do Brics, nos tempos, quando um desenvolvimento humano mais justo e equitativo deve ser garantido por uma maior segurança financeira internacional.” * Alexander Zhebit, professor doutor do departamento de Estudos de Relações Internacionais da UFRJ
A
frase: “A fé determina a verdade de cada
um. A falta, também”. De um observador da cena.
Ói
nóis no carteado (Nota da foto)
Pela
primeira vez, o World Series of Poker, o supercampeonato mundial de pôquer, em
Las Vegas, nos EUA, terá um brasileiro entre os finalistas. Trata-se do cearense
Bruno Foster. A final será dia 9 de novembro, e o prêmio ultrapassa os US$ 10
milhões.
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