Raposas investigando galinheiro


Vereadores do Crato aprovam duas CPIs
Os vereadores da cidade do Crato, localizada a cerca de 560 quilômetros de Fortaleza, aprovaram ontem a criação de duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) para investigar as contas da Câmara entre os anos de 2005 e 2012 e, também, para apurar denúncias de compra de voto de vereadores, pelo prefeito Ronaldo Mattos (PMDB), para que votassem a favor da desaprovação das contas de 2009, quando a cidade era administrada pelo prefeito Samuel Araripe (PSDB).
A Câmara viveu, durante o dia de ontem, um clima de tensão, principalmente por conta dos manifestantes que, munidos de cartazes e palavras de ordem, ocuparam os arredores da Casa. Dezenas de cidadãos aglomeraram-se nas calçadas próximas à Câmara e, depois, dentro da própria Casa. Falando ao portal de notícias G1, a presidente da Associação dos Sem-Teto da cidade, Gorete Correia, disse que “a manifestação é pacífica. Queremos mostrar para a população do Crato os 14 vereadores corruptos que ganharam R$ 50 mil para denegrir a imagem do ex-prefeito, Samuel Araripe”. Munidos de vassouras, alguns manifestantes limparam, em gesto simbólico, a calçada da Câmara. Guardas civis e policiais militares foram chamados para reforçar a segurança dos vereadores, o que não impediu que o clima ficasse bastante tenso.
As contas do ex-prefeito Samuel Araripe foram desaprovadas por 14 dos 19 vereadores de Crato em sessão na semana passada. Na ocasião, o advogado do ex-gestor mostrou-se indignado com o resultado da votação, e declarou que esperaria o resultado das investigações.
Denúncia
O caso já havia sido denunciado pelo deputado estadual Fernando Hugo na semana passada, quando, na tribuna da Assembleia Legislativa, ele comentou a situação da compra de votos supostamente organizada pelo atual prefeito Ronaldo Mattos. Na ocasião, Hugo apresentou documentos e gravações que comprovariam a irregularidade cometida por Mattos contra Samuel Araripe. O atual prefeito vem negando, veementemente, qualquer participação no caso.

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