Entre
os dias 01 e 15 de setembro, o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA)
promove em todo o Brasil a X Semana do Peixe. O evento, que estimula o
consumo de pescado no País, tem a participação de supermercados, bares e
restaurantes, escolas, centros de saúde, empresas e instituições. A
campanha promove uma série de iniciativas em torno do pescado, como
cursos, palestras, seminários, festivais gastronômicos, degustações,
campeonatos, promoções em supermercados, distribuição em caminhões-feira
e povoamento de alevinos (filhotes de peixe) em açudes e represas.
Segundo
o ministro Marcelo Crivella, da Pesca e Aquicultura, o Brasil precisa
aumentar o consumo e a produção interna de pescado. A X Semana do Peixe,
para ele, é uma ótima oportunidade para o País aproveitar tanto uma
saborosa receita quanto para mobilizar a população em torno do assunto.
“Será importante os brasileiros refletirem sobre o tema e discutirem as
ações em andamento para alavancar a produção de pescado em propriedades
rurais, nos reservatórios de hidrelétricas e no litoral”, diz.
O
ministro recomenda, em especial, durante a Semana do Peixe, o consumo
de produtos provenientes da pesca nacional ou de criatórios de espécies
de peixe como tilápia, tambaqui, pintado, cachara, tambacu e pacu, e de
mariscos como ostras, mexilhões e vieiras.
A
campanha funciona como uma âncora, no segundo semestre, para o aumento
do consumo de pescado. No primeiro semestre, a Semana Santa cumpre este
papel. Os brasileiros ainda consomem menos pescado do que o recomendado
pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A média atual é de 9 quilos por
habitante/ano, quando o ideal seria pelo menos 12 quilos.
A
previsão do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), entretanto, é de
que o consumo nacional de pescado alcançará a média dos 12 quilos até o
final de 2015.
A campanha
No
ano passado, a Semana do Peixe aumentou o consumo nacional de peixe em
20% e conseguiu reduzir os preços em 24%, conforme levantamento do MPA.
A atual campanha vai contar com a adesão de 93 restaurantes populares e
136 cozinhas comunitárias do País, que divulgarão cartazes e cartilhas e
oferecerão pratos à base de pescado.
O
lançamento oficial da X Semana do Peixe será em Brasília, na próxima
segunda-feira, dia 02 de setembro, no Mercado do Peixe, da Ceasa, às 10
horas, com a presença do ministro Marcelo Crivella. Na dia 30 de
agosto, sexta-feira, o ministro estará em Itaperuna (RJ); no sábado
divulgará a X Semana do Peixe no Mercado de Peixes de Cabo Frino, no
bairro Jacaré, a partir das 11 horas: no domingo (1º de setembro) vai
lançar a campanha em nível estadual no Posto 6 da praia de Copacabana,
no Rio de Janeiro, a partir das 9 horas. Outros eventos, com a
participação do ministro, estão previstos para estados como Rio Grande
do Norte, São Paulo e Tocantins.
Mercado bilionário
Grande
produtor de carnes, o Brasil se prepara para ter uma participação mais
significativa no mercado de pescado, para atender a sua demanda interna e
também para exportar.
No
mundo, o peixe é a proteína animal de maior consumo. Em 2011, por
exemplo, foram produzidas 130,8 milhões de toneladas de pescado para
consumo humano, enquanto a produção de bovinos alcançou neste mesmo ano
56,85 milhões de toneladas e a de frangos 89,36 milhões de toneladas. Em
20 anos (1991-2011), a produção mundial de bovinos aumentou 13%.
Entretanto, o pescado está na frente na corrida. Em apenas seis anos
(2006-2011), o consumo humano de pescado cresceu 14,43%. Em 2010, este
extraordinário mercado já movimentava US$ 217,5 bilhões, segundo a
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
No
Brasil, a sinalização de que a demanda cresce pode ser constatada na
balança comercial. O País já recorre a importações de pescado para
atender à procura. Em 2012, o País importou US$ 1,3 bilhão em pescados
como bacalhau, salmão, pangasius e merluza.
Brasil em campo
O
atendimento da demanda atual e futura de pescado no Brasil e no mercado
internacional dependerá do crescimento da atividade aquícola (cultivo
de pescado), já que a pesca extrativa se encontra estagnada no mundo,
desde pelo menos 2006, no patamar das 90 milhões de toneladas anuais.
Apesar
de alguns nichos promissores para a pesca industrial no Brasil, a
exaustão dos recursos pesqueiros mundiais aponta que o futuro será mesmo
da aquicultura. “Este é um dos setores econômicos que mais cresce no
mundo e o Brasil tem imensas possibilidades de assumir um papel de
destaque na produção, como já adquiriu em outros tipos de carne, de
forma a atender melhor o mercado interno e colocar excedentes no mercado
externo”, diz o ministro Marcelo Crivella. Ele lembra que o País é o
que dispõe de mais água doce no planeta, bem como um extenso litoral.
Além disso, existem 200 grandes reservatórios onde será possível a
criação de pescado em gaiolas (tanques rede). Ainda este ano, o
ministério lançou editais para o aproveitamento de lotes aquícolas em
reservatórios ou áreas litorâneas nos estados de Goiás, Paraná, Rio de
Janeiro, Bahia, Pernambuco, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Em
outra frente, o MPA quer que milhares de pequenas propriedades rurais
passem a produzir pescado, o que pode ser feito sem comprometer a
tradicional agricultura. Para tanto, o ministério lançou um programa de
fomento à aquicultura familiar, que irá ceder equipamentos (escavadeira
hidráulica e trator de esteiras) para Prefeituras e consórcios
intermunicipais construírem viveiros escavados nas propriedades. Estes
viveiros são áreas abertas no solo para o acumulo de água e a criação de
peixes.
Aproximadamente
27% das prefeituras brasileiras estão habilitadas a participar do
programa. As atividades possibilitarão a formação de cadeias produtivas,
com empresas de fornecimento de alevinos (filhotes de peixe) e de
ração, fornecedores de equipamentos e produtos, distribuidores e fábrica
de beneficiamento.
“Estamos
construindo a base da aquicultura nacional, com o apoio de todos os
entes da federação, que compreendem o potencial do setor e já criam
legislações ambientais mais favoráveis à atividade”, diz o ministro
Crivella, confiante de que as ações darão resultado e os peixes irão se
multiplicar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário