Polícia prende malfeitores em Sobral


Operação Carcará prende cinco em Sobral
A Operação Carcará, realizada em Sobral pelo Ministério Público do Estado do Ceará, através do 70 Núcleo de Tutela Coletiva de Sobral e da Procuradoria dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap), prendeu, nesta quarta-feira, cinco pessoas, e outras duas estão foragidas. A ação, realizada em parceria com a Polícia Civil e o Ministério Público do Trabalho (MPT), tinha o objetivo de cumprir 16 mandados (sete de prisão temporária e nove de busca e apreensão) referentes a pessoas acusadas de fraude em licitações, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção e falsidade ideológica.
Os mandados foram expedidos pelo juiz Francisco Cavalcante Neto, da 1a Vara Criminal de Sobral. A decisão atende a um pedido feito pelo MPE através de uma ação cautelar ajuizada em junho deste ano. Os mandados foram cumpridos nas sedes da Prefeitura Municipal, da Cooperativa de Trabalhadores do Estado do Ceará Ltda (Cootrace), da Cooperativa de Prestadores de Serviços (Coopreserv) e de várias empresas – Segnord Segurança do Nordeste Ltda., Reboque Alerta Serviços, Terral Comércio de Alimentos e Conveniências, Ltda. EPP, NC Comércio Representações e Derivados de Petróleo Ltda., Compacta Construções Ltda. Além disso, houve busca e apreensão nas residências de José Anastácio de Lima e Maria Juraci Neves Duarte, ex-secretários municipais.
Os presos
Foram presos Felipe Cyrino de Alencar, Maria Valdizia Sombra Aguiar, Adrizia Alves Ferreira, Francisco Sérgio Freire Alencar e Hélio Peixoto Alencar Neto. Estão foragidos Fabrício Viana Rodrigues (vulgo “Magão”) e Antônio Daniel Damasceno. Todos eles têm envolvimento com as cooperativas mencionadas anteriormente. A Justiça decretou ainda a indisponibilidade dos valores e de bens que estejam em nome dos envolvidos.

O caso
As cooperativas Cootrace e Coopreserv foram contratadas pela Prefeitura de Sobral desde 2006 para fornecimento de mão-de-obra. De lá pra cá, já foram repassados mais de 40 milhões de reais às duas entidades. Foi constatada a presença de cooperados fantasmas, bem como o não pagamento dos direitos trabalhistas deles. Nesse período, o Município vinha sendo condenado pela Justiça Trabalhista a pagar os referidos encargos trabalhistas. Por fim, foi verificado que a mão-de-obra fornecida era de forma indiscriminada, sendo utilizada em quase todos os setores da Prefeitura.
Dado que chamou a atenção nas investigações foi a celebração de outro contrato com a Cootrace para fornecer pessoal às vésperas das eleições municipais de 2012, no valor global de quase 20 milhões de reais, mesmo sendo evidente que a Coopreserv foi sucedida fraudulentamente pela Cootrace. Parte dos valores era desviada para as contas pessoais de alguns envolvidos e das empresas deles, configurando lavagem de capitais.

Prestação de contas
Na prestação de contas perante os cooperados, os administradores afirmavam que não havia sobras para repartir com eles. Também está sendo investigada a legalidade de tais contratos perante o Município, razão pela qual eles foram denunciados e também foi pedida a prisão de Maria Duarte e José Anastácio de Lima, ex-secretários municipais responsáveis pelos contratos das cooperativas, cujo deferimento foi negado pela Justiça.
De acordo com os promotores de Justiça que atuam no caso, serão apuradas as responsabilidades dos demais servidores e gestores que operaram os contratos investigados.

NOTA DA PREFEITURA
A Secretaria de Conservação e Serviços Públicos e a Secretaria de Gestão da Prefeitura de Sobral divulgaram uma nota sobre o caso. De acordo com a Prefeitura, a 1a Vara de Sobral, no qual o Município não é réu, são arguidas possíveis irregularidades, ainda sujeitas a esclarecimentos, no âmbito interno das cooperativas citadas, não havendo nenhum elemento relacionado aos atuais agentes públicos destas Secretarias; e em relação aos gestores anteriores, os elementos não apontaram nenhuma providência judicial que os desabone. A Prefeitura esclarece, ainda, que as cooperativas investigadas, que executam serviços de limpeza, conservação e outros, não sofrerão solução de continuidade. Por fim, a nota reforça que as Secretarias analisarão as medidas internas cabíveis e estão prontificadas a atender quaisquer necessidades do Poder Judiciário.

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