NATALÍCIO BARROSO
Da Redação
A
Rua José Avelino, antes de ser ocupada pelos feirantes, que lá estão,
era totalmente abandonada. Apenas os desocupados e dependentes de drogas
a frequentavam. Depois que os feirantes, deixaram a Praça da Sé, onde
ficavam, pela José Avelino, esta situação mudou. De uma rua deserta,
tornou-se um local movimentado.
A
informação é do vice-presidente da Associação dos Feirantes da José
Avelino, Aldivan de Sousa, mais conhecido como Baiano e que trabalha na
feira há cinco anos. Para ele, a Feira da José Avelino, ao contrário do
que muita gente pensa, restringe-se à rua apenas e não às travessas que
ficam em suas imediações.
“As
pessoas que pensam que ela se estende até as proximidades da Sé ou do
Beco do Cotovelo, diz ele, estão muito enganadas”. Por isso, a
Associação, quando defende os feirantes, não tem nenhum compromisso com
aqueles que ficam nas travessas ou no viaduto ali perto. Assim, quando
há algum tumulto por esses lados e a imprensa diz que foi na José
Avelino, não diz a verdade. Não é à-toa, diz ele, que os feirantes, que
trabalham nas ruas próximas, também estão se reunindo para, assim como
os da José Avelino, formar as suas associações.
Confrontado
com a possibilidade de ter que sair dali, da rua, Baiano informa que,
para ele, tanto faz a feira ocorrer ali, ou, em Maracanaú como ocorreu
uma vez. O importante, segundo ele, é que os clientes, que vêm de outros
estados, se dirijam para lá. Afinal, como a feira depende deles, e não
dos feirantes, qualquer lugar pode servir para eles. Desde que não
percam contato com aqueles que procuram as mercadorias que vendem.
Shoppings e Balcões
Diretamente
relacionados com a feira, estão os galpões e os pequenos shoppings que
ficam na rua. Organizados em associação, tal como os feirantes, o
presidente da entidade denominada Associação dos Gestores de
Empreendimento da Rua José Avelino e Adjacências é o aposentado Martinho
Batista Neto. Segundo ele, a Feira da José Avelino começou em torno do
Mercado Central. Como vinham sacoleiros da Paraíba, Pernambuco, Piauí,
Maranhão e até do Pará, para fazer compras em Fortaleza, alguns
feirantes passaram a armar as suas barracas na Praça da Sé. Ali recebiam
os compradores que chegavam de madrugada e o que era um comércio
pequeno e localizado foi se expandindo pouco a pouco. Para organizar
tudo aquilo, a prefeitura resolveu intervir. Hoje, a feira ocorre de
quarta para quinta-feira e de sábado para domingo. Funciona das 19h às
8h da manhã de quarta para quinta e das 19h ao meio-dia de sábado para
domingo.
Martinho
Batista Neto não diz, mas deixa transparecer que a Feira da José
Avelino, em Fortaleza, tem algo a ver com a 25 de Março, em São Paulo,
ou o Saara, no Rio de Janeiro. Como atende a uma clientela que vem de
quase todo o Nordeste para comprar produtos na Capital cearense e
revender em seus respectivos estados, a motivação é a mesma. Toda
semana, segundo ele, a feira recebe, pelo menos, 20 mil clientes que
chegam a Fortaleza de ônibus e em outros veículos que são estacionados
em galpões ou se dispersam por onde podem.
Baixa e Alta Estação
As
vendas, no momento, não estão muito boas. Pelo menos é o que diz o
feirante Francisco Rodrigues. Segundo ele, as vendas dependem da época.
Como Fortaleza está na baixa estação, é natural que as vendas caiam.
Depois voltará a subir novamente. Para ele, o grande problema que a
feira enfrenta, por enquanto, é a proibição da Prefeitura de não deixar
trabalhar durante o dia, mas só à noite.
A
Associação dos Feirantes da José Avelino, no entanto, não está
reivindicando mudança de horário. O que os feirantes gostariam de ter,
informa Baiano, era um local mais adequado para trabalhar. Uma espécie
de Ceasa das Confecções. Segundo ele, existe um projeto na Prefeitura
ainda do tempo da administração anterior, que trata deste assunto. Até
agora, porém, ainda não saiu do papel. Mas acredita que isso será feito
no ano que vem, quando a política do atual prefeito que, por sinal,
assumiu agora, no começo do ano, tornar-se mais clara. Mas há um pequeno
detalhe, diz ele. O local destinado para os feirantes da José Avelino
terá que caber todos eles e não apenas alguns, tal como, de certa forma,
ocorreu com o Beco do Cotovelo.
Penso eu - Como desconheço um BEco do Cotovelo em Fortaleza, informo que se for o BEco do COtovelo de SObral, jamais o lugar foi ocupado por feirantes ou invadido como o que há nas beiradas da Igreja da Sé em Fortaleza.
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