Briga de comadre ajuda a manter Ciro e Dudu na mídia


Eduardo Campos: Ciro Gomes não reflete a posição do partido


O governador de Pernambuco e presidenciável, Eduardo Campos (PSB) (foto), disse que a opinião de Ciro não reflete a posição do PSB. O governador evitou polemizar com o ex-ministro Ciro Gomes (PSB), que disse, no último sábado, que Campos não teria “visão e estrada” para governar o Brasil. “Discordo da opinião dele, essa não é a opinião do partido. Essa é a opinião de Ciro Gomes, não a do parido. Respeito o direito dele ter a sua opinião, mas discordo do que ele disse e não vou polemizar com ele. O partido é democrático. Todas as pessoas tem direito ao debate. Mas sobre o que o partido deve fazer e deixar de fazer, deve ser travado no tempo certo e na instância certa, que é quem decide”, afirmou Campos.  Para o governador de Pernambuco, “Sinceramente, o PSB não está pensando nisso. É hora de juntar o Brasil”.
Em entrevista transmitida na rádio “Verdes Mares”, Ciro disse que nem o presidente nacional do PSB nem os demais prováveis candidatos Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (Rede) têm proposta para o País. O ex-ministro voltou a fazer críticas ao comentar a situação econômica do País. “Eduardo Campos, Aécio Neves e Marina não têm nenhuma proposta, nenhuma visão. Isso é o que me preocupa”, disse Ciro Gomes, completando que, por isso, a presidente Dilma Rousseff “pode ganhar por WO”.
Revolta
As declarações feitas por Ciro causaram revolta entre os socialistas. Um assessor político de Eduardo Campos, que pediu para não ser identificado, disse ao jornal Folha de São Paulo que os irmãos Ciro e Cid Gomes, governador do Ceará, representam uma corrente minoritária e “marginal” na condução do partido e que se não estiverem mais dispostos a “se dobrar” à opinião do PSB, “só vai ter o caminho de sair”. Os irmãos Gomes são os principais opositores da candidatura de Campos à Presidência da República no ano que vem. Os dois ainda se ressentem do veto do PSB à candidatura de Ciro em 2010. “O partido é democrático, as pessoas têm direito de fazer o debate. Esse debate vai ser travado no tempo certo e nas instâncias certas, que é quem decide”, disse Campos ontem.

Opinião desinformada
O vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, também reagiu, ontem, através de nota, às críticas do ex-governador Ciro Gomes de que o governador Eduardo Campos, presidente nacional do partido e potencial candidato à Presidência da República, não tem proposta para o País. Na nota, ele diz “lamentar profundamente a opinião desinformada sobre a visão de Eduardo Campos, seja sobre a crise econômica, que tanto tem denunciado, seja relativamente à sua visão de Brasil, que não é só dele, mas do partido”. “Além de conhecer nossa realidade e formular suas análises, Eduardo Campos sintetiza o pensamento acumulado pelo PSB, que, desde 1985, data de sua reorganização, vem estudando o País e formulando programas de governo”, diz ele em defesa de Campos, ao lembrar que “pelo menos teoricamente”, Ciro Gomes, que integra a direção nacional, deve conhecer os documentos do partido.

A nota reitera que a antecipação da discussão sobre o pleito presidencial de 2014, em um momento em que se vive uma crise econômica gravíssima, “é atitude anti-republicana” que só interessa a “uma oposição atrasada, desqualificada e sem rumo” e a um candidato (provavelmente se referindo a Aécio Neves) “que precisa de ghost writer para escrever seus discursos, lidos em estilo claudicante”.
2014
O vice-presidente nacional do PSB informou que a próxima reunião da Comissão Executiva deverá convocar um encontro do Diretório Nacional para definir o rumo do partido na sucessão. Segundo Amaral, a reunião será precedida de uma ampla consulta entre os militantes e sociedade e o partido marchará unido em torno do que for definido. “Até lá, a discussão dentro do partido está aberta e todos os juízos são pertinentes, inclusive o que expressa Ciro Gomes”, observou. “O nome de Eduardo Campos está nas folhas, nos meios de comunicação em geral, circula no meio político e ganha espaço na vida política brasileira e conquista a militância, mas nada foi decidido pelo partido, seja quanto à conveniência de ter candidatura própria à Presidência, seja qual o nome de seus quadros que merecerá esta escolha”.

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