NY usa casamento gay, Smurfs e De Niro, e turismo gira US$ 48,5 bi em 2011


O desafio era tornar Nova York o principal destino turístico dos EUA e atrair 50 milhões de visitantes por ano até 2015. A missão foi cumprida quatro anos antes do prazo, mesmo com a crise econômica global. O turismo tornou-se o quinto maior setor da economia da cidade.
O trabalho mais fácil do mundo é vender Nova York", diz George Fertitta, chefe do turismo da cidade, em visita a São Paulo.
A receita do sucesso inclui ações de marketing específicas para cada público, uso intenso da internet e das redes sociais, além de "embaixadores" como os artistas Robert de Niro e Juliane Moore, e personagens de "Smurfs" e "Muppets".
Em 2011, Nova York recebeu 50,9 milhões de turistas. Esses visitantes gastaram US$ 34,2 bilhões e ajudaram a movimentar US$ 48,5 bilhões e a criar mais de 320 mil empregos.
Agora, a nova meta é atingir 55 milhões de turistas por ano até 2015, com US$ 45 bilhões em gastos diretos, US$ 70 bilhões em impacto econômico e 350 mil empregos.

Especialista em vender luxo vira "czar do turismo"

No começo dos anos 1970, George Fertitta fundou uma agência de publicidade, e durante mais de 30 anos ajudou a vender, principalmente, produtos de luxo. Entre seus clientes, figuraram o chocolate belga Godiva, o conhaque francês Remy Martin, e a companhia de cruzeiros Cunard.
Em junho de 2006, foi nomeado pelo prefeito de Nova York, Michael Bloomberg,  para comandar toda a área de turismo da cidade, sob o guarda-chuva da "NYC & Company".
Conhecido como o "czar do turismo", Fertitta tenta agora embrulhar e divulgar Nova York, atraindo mais pessoas para comer em seus restaurantes, ver os shows da Broadway, hospedar-se em hotéis caros, e comprar, comprar, comprar.

De Niro e Julianne Moore tentam mudar imagem dos nova-iorquinos

Tentando convencer os estrangeiros de que os nova-iorquinos são, sim, amigáveis, criou a campanha "Just ask the locals" (algo como "Pergunte aos moradores"). Mais de 40 artistas --como Robert de Niro, Julianne Moore e Kevin Bacon-- aparecem em propagandas dando dicas sobre como aproveitar melhor a cidade. Não cobraram cachê e, de quebra, ainda atraíram empresas interessadas em participar também.
A agência fechou parceria com empresas como American Airlines, Google e American Express. Com um orçamento anual de US$ 35 milhões, a NYC & Company consegue cerca de US$ 100 milhões em inserções na mídia, segundo Fertitta.

Marketing segmentado e poder das redes sociais

O principal ponto do trabalho de Fertitta é o marketing segmentado: falar de formas diferentes com públicos específicos. Para isso, uma das ferramentas mais eficazes tem sido a internet, com o site da NYC & Company e contas internacionais no Facebook e no Twitter.
Desde que a união entre pessoas do mesmo sexo foi aprovada no Estado de NY, em julho de 2011, esse tornou-se outro chamariz de turistas GLS. "Fizemos muitas campanhas do tipo 'venha se casar em Nova York'", conta Fertitta.
Ele criou também programas voltados à terceira idade e para jovens aventureiros ("NYC < 30").

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Foto 9 de 9 - Área externa do hotel Out NYC em Midtown, em Nova York, que foi construído pelo ponto de vista gay desde o começo Mais Julie Glassberg/The New York Times
Em uma disputa "saudável" com a Disney pelas férias das famílias, apostou em campanhas com os personagens da série de TV "Os Muppets" e do "Vila Sésamo" ("Sesame Street", em inglês) --os personagens vestiram-se de bombeiro, motorista de taxi, policial e lixeiro, e viraram bichinhos de pelúcia.
A cidade teve até a semana dos Smurfs em 2011, quatro dias antes da estreia oficial do primeiro filme em 3D sobre os simpáticos personagens azuis, criados em 1958 pelo desenhista belga Pierre Culliford "Peyo".

Foco nos mercados emergentes

Desde que Fertitta assumiu o comando da NYC & Company, a agência abriu 11 novos escritórios de representação ao redor do mundo, principalmente em mercados emergentes, como Brasil, China e Índia. A ideia é falar com cada país em sua própria língua.
Em junho, firmou um acordo de cooperação com São Paulo, para promover e estimular as viagens entre as duas cidades até 2013.
De olho nos reais dos brasileiros, Fertitta levou cinco espetáculos da Broadway para São Paulo. Deu certo: NY recebeu 718 mil brasileiros em 2011, um salto de 540% desde 2005. O Brasil foi o terceiro país que mais enviou turistas estrangeiros a NY, atrás apenas de Reino Unido e Canadá.

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Com o UOL

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