Em encontro ‘sindical’ o PSDB ataca PT e Dilma


Josias de Souza do UOL
Vinte e quatro anos depois de sua fundação, em 1988, o PSDB realiazou nesta sexta (27) o seu primeiro ‘Congresso Nacional das Lideranças Sindicais’. Deu-se em São Paulo. Participaram as principais lideranças da legenda.
Ouviram-se críticas ao PT, acusado de “aparelhar” os sindicatos. Atacou-se também o governo de Dilma Rousseff, apontando como responsável pelo fenômeno da “desindustrialização” do país.
Principal alternativa do PSDB para a próxima sucessão presidencial de 2014, o senador Aécio Neves (MG) ironizou os altos indices de popularidade atribuídos a Dilma pelos institutos de pesquisa.
“Há um ufanismo desenfreado com os índices de aprovação da presidente Dilma. Mas, se aprofundarmos os dados, veremos que 60% da população está insatisfeita com a saúde”, discursou Aécio.
O deputado Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB federal, fez menção às investigações do Cachoeiragate. “Sou a favor da CPI, desde que ela não esteja a favor de uma maioria”, afirmou.
Guerra responsabiliza o governo pelo vazamento de dados sigilosos do inquérito. Acha que, no momento, busca-se atingir o tucanato. “Na última semana só saíram vazamentos contra nós. O PT quer segurar o governador deles, de Brasília, o Agnelo [Queiroz], que já está na forca, falando de Goiás e de Minas.”
Referia-se às informações veiculadas nos últimos dias contra o governador tucano de Goiás, Marconi Perillo, e o senador Aécio. Contra Perillo, vieram à luz grampos e um relatório da PF sobre o suposto envio de dinheiro da quadrilha de Cachoeira para a sede do governo goiano.
Em relação a Aécio, ganhou as manchetes o audio de conversa em que Cachoeira pediu a Demóstenes que intercedesse junto ao tucano em favor da nomeação de uma de suas primas para cargo público no governo de Minas. A prima de Cachoeira obteve o emprego.
Guerra pegou em lanças por Perillo: “O próprio Marconi se colocou à disposição da investigação, foi o primeiro a propor ir depor na CPI. Agora, pede ao PGR [procurador-geral da República] que o investigue. Ele vai sair desse episódio como entrou: absolutamente seguro.”
Presente ao foguetório sindical, o governador Geraldo Alckmin foi indagado sobre os contratos que a construtora Delta, epicentro do escândalo, obteve no seu Estado. “Os contratos da Delta em São Paulo, a maioria, já foi concluída. Mas investigar é sempre bom”, declarou.
Em meio a celebrações e ataques, uma saia justa. Candidato tucano à prefeitura de São Paulo, José Serra viu-se compelido a comentar uma declaração de Aécio Neves feita em entrevista ao repórter Fernando Rodrigues.
Num instante em que Serra esforça-se para vender ao eleitorado paulistano a tese de que seus sonhos presidenciais encontram-se adormecidos, Aécio afirmou que Serra seráalternativa para 2014 mesmo que seja eleito prefeito.
Velho antagonista de Aécio na política interna do PSDB, Serra afirmou: “Eu não poderia esperar do Aécio senão essa manifestação de generosidade. Mas, de fato, não está na minha agenda, não cogito me candidatar a presidente.”
No site do PSDB, o encontro sindical foi noticiado com um quê de exageroCongresso sindical consolida presença do PSDB nos movimentos populares”, anota por exemplo, o título.

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