Final de semana pode ser sem AMC nas ruas


 SARA OLIVEIRA
saraoliveira@oestadoce.com.br
Ao invés de oito horas parados, os agentes da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania de Fortaleza (AMC), paralisaram durante 12 horas, ontem. Em frente à sede do órgão, as primeiras três horas de cada turno foram usadas, segundo a categoria, como forma de reivindicação por reajuste salarial, melhores condições de trabalho e fim ao assédio moral. Das 17 às 20 horas, cerca de 80 agentes estiveram parados.
Hoje, as paralisações continuam e, caso a proposta oferecida pela Prefeitura Municipal não seja aceita em assembleia, a promessa da categoria é cruzar os braços durante todo o final de semana. As atividades voltariam ao normal nos dias 30 e 31, porém, se não houver avanços nas negociações, no dia 1o de fevereiro será decretada greve geral por tempo indeterminado.
Durante as horas de paralisação, o cidadão que precisar de serviços de fiscalização e operação terá de esperar. A maior preocupação é quanto ao serviço durante os pré-carnavais da Capital, que mobilizaram, na semana passada, grande parte do efetivo de agentes. De acordo com o agente Ednardo Araújo, as paralisações terão impacto também para desvios de obras e semáforos com problemas. 
REIVINDICAÇÕES
Na pauta de reivindicações dos agentes da AMC estão a antecipação da Data Base para janeiro, reajuste de 20% de salário, regulamentação da produtividade, aumento percentual da Gratificação Específica de Exercício de Função (GEEF) e implantação da Vantagem Pessoal Reajuste (VPR), de R$ 450 e R$ 750. Atualmente, segundo Ednardo, o Vencimento Base (VB) de um agente novato é de R$ 653,14, mais gratificações: Gratificação de Atividade em Trânsito (GAT), que soma 94% do VB; Risco de Vida, de 40% de VB e Produtividade, de 100% do VB.
“As gratificações são uma forma de disfarçar o salário, que é pequeno. Sem contar que boa parte do dinheiro, que se ganha, vem das horas extras, feitas em operações de fiscalização. Tem agente que ganha até mil reais de hora extra”, contou Ednardo.
Outro agente, que não quis identificar-se, disse que outra reivindicação são as péssimas condições de trabalho. Com apenas 24 viaturas e 51 motos, segundo ele, a locomoção é dificultada. “Fazemos transporte de órgãos para transplantes em veículos sucateados, colocando em risco nossa vida e o serviço que deve ser prestado”, ressaltou o agente.
A equipe do jornal o Estado, após entrevista com os agentes, procurou a assessoria de comunicação da AMC para apurar informações, porém, das cinco ligações efetuadas, nenhuma foi atendida.

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