Hora da aula de história

PC DO B: A HORA DA VOLTA POR CIMA

Por Carlos Chagas

Não é preciso concordar com as posturas ideológicas e políticas do PC do B para concluir tratar-sede um partido histórico e honesto. Melhor mudar o tempo do verbo: tratava-se de um partido assim, forjado na resistência ao “partidão” complacente e firme em suas posições desde a refundação, no final dos anos cinqüenta. João Amazonas, Maurício Grabois, Agildo Barata e quantos ícones a mais empenharam vidas e sacrifícios em favor de um ideal que pode ser discutível mas elogiável pela coerência.

Pois não é que o PC do B, desde a posse do Lula, começou a renegar seu passado, cedendo à tentação do fisiologismo no instante em que recebeu sobras do banquete dos companheiros, aquinhoado com o ministério dos Esportes e mais alguns penduricalhos?

Saídos sabe-se lá de que porão, elementos desqualificados trocaram o sonho da República do Araguaia pela lambança da formação de ONGs fajutas, criadas para tomar dinheiro do governo, nem mesmo para fortalecer suas bases. Vamos evitar a citação de nomes, mas eis que rara oportunidade abre-se para a recuperação da legenda. A presidente Dilma nomeou um comunista sério para o ministério dos Esportes. Cabe a Aldo Rebelo demonstrar haver chegado a hora de dar a volta por cima na infeliz imagem deixada pelos antecessores e fazer mais do que recuperar o ministério. Acima e além de cancelar convênios com ONGs e mudar a cúpula no mínimo conivente com a roubalheira, poderá o ex-presidente da Câmara e ex-ministro da Coordenação Política começar a recuperar o PC do B. Estimular a apresentação de propostas e projetos capazes de sensibilizar quantos esperavam, dos governos do PT, mudanças infelizmente não concretizadas no país. Número parlamentar para promovê-las eles não possuem, mas para abrir um debate que já tarda, dispõem de todas as condições. Cogestão, participação dos empregados no lucro das empresas, imposto sobre grandes fortunas, limitação da especulação financeira, proibição da remessa indiscriminada de lucros para o estrangeiro, enquadramento do capital-motel alienígena, com a obrigação de permanecer determinado tempo no Brasil, limitação do lucro dos bancos, aumento da representatividade das minorias, prevalência da saúde e do ensino públicos – essas e quantas outras bandeiras o PC do B poderá empunhar enquanto a faxina nos Esportes desenvolver-se paralelamente?

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