Acabou o respeito e o mêdo à Justiça


Greve é decretada ilegal, mas continua

Tribunal de Justiça do Ceará decreta ilegalidade do movimento; decisão revolta professores em assembleia

O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) decretou ilegalidade da greve dos professores da rede pública estadual. A categoria está parada desde o último dia 5 de agosto reivindicando, entre outros itens, a aplicação da Lei do Piso Salarial. A decisão revoltou a grande maioria dos grevistas que, em assembleia geral realizada ontem, no Ginásio Aécio de Borba, votar a favor da continuidade da paralisação. A decisão foi proferida na última sexta-feira (26) pelo desembargador Emanuel Leite Albuquerque. De acordo com a liminar, a categoria tem 48 horas para voltar ao trabalho. O texto publicado no site do TJCE diz que o sindicato da categoria não cumpriu dispositivos da Lei de Greve, assegurando que, além das discussões não terem sido encerradas, “alguns pontos apresentados como pauta não atendida pelo Estado do Ceará jamais foram sequer apresentados em mesa para negociação”. O documento explica ainda que o magistrado levou em consideração os prejuízos causados à prestação do serviço público e ao rendimento escolar de milhares de jovens. O presidente do Sindicato Apeoc, Anízio Melo, ressalta que as prerrogativas utilizadas pelo TJCE não correspondem com a realidade, garantindo que todos os processos legais para o início da greve foram tomados. Segundo ele, a decisão do desembargador atropelou o processo de negociação, julgando o despacho uma “traição” do governador Cid Gomes. “O governador acha que nosso movimento é ilegal, mas achamos que ilegal é a atitude dele”.

MOVIMENTO AINDA FORTE Anízio revela que a ação não vai enfraquecer a greve e explica que o movimento continua até que a entidade seja notificada. Na quinta-feira, os professores vão reunir-se na Praça da Imprensa, a partir das 8 horas, seguindo para um ato público na Assembleia Legislativa. Na sexta-feira, a categoria realizará mais uma assembleia geral no Aécio de Borba, às 15 horas. Esta continua sendo a maior greve da histórica da Educação do Ceará. Entretanto, apesar da força da mobilização, durante a assembleia de ontem, a unanimidade, sempre presente nas votações, não foi alcançada. O ponto de divergência entre os grevistas foi o encontro ocorrido entre o governador Cid Gomes e uma comissão do Sindicato Apeoc, realizada na última quinta-feira (25), no Palácio da Abolição. Na ocasião, o governo estadual se prontificou a não levar a mensagem referente ao piso, com a antiga proposta, a Assembleia Legislativa, retomar as negociações do “marco zero”, apresentar um novo acordo em até 30 dias e registrar os termos da audiência junto ao Ministério Público. Entretanto, Cid Gomes pediu a finalização ou a suspenção da paralisação para retomar as conversas, ressaltando que não negocia com servidores em greve.

TEMPORÁRIOS PEDEM RETORNO Apesar da grande “massa” de educadores exigirem a continuação do movimento, alguns comandos regionais pediram a volta ao trabalho, alegando insegurança por parte dos professores temporários. O representante do comando da região Norte (Camocim, Granja, Chaval e Barroquinha), professor Antônio Júnior, ressalta que os professores temporários da região decidiram dar credibilidade aos itens expostos pelo governo estadual. “Eles estiveram conosco o tempo todo e, agora, se contibnuarmos com a paralisação, eles podem se sentir traídos”.

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