Quando o exemplo vem de cima

Artur Virgílio
Disse-me uma amiga: “Não! Não é piada! Tampouco sonho fantástico”. Pois o desembargador cearense Darival Bezerra determinou a prisão do prefeito petista da cidade de Senador Pompeu e mais do vice-prefeito e do vice-presidente da Câmara Municipal.

Acusado de fraude em licitações, desvio de dinheiro público; lavagem de dinheiro; ocultação de bens, direitos e valores; falsidade ideológica, peculato e formação de quadrilha, o prefeito Antônio Teixeira de Oliveira fugiu num ônibus, no dia 19 passado, junto com seus dois principais “parceiros” e mais 34 outros suspeitos de corrupção.

A notícia é bizarra. “Coisa ridícula!”, pensam uns. “Até onde pode ter durado essa fuga esquisita?”, sugerem outros. “Corrupto agora deu para passear de ônibus?”, indaga uma terceira ala.

A verdade é que nos acostumamos com a turma dos jatinhos espúrios e tendemos a rir de algo que não é, de modo algum, engraçado. Mas passeio não era, porque este já tinha sido dado por quase toda a extensão do Código Penal.

O prefeito e sua turma “progressista” queriam apenas fugir do flagrante para depois mergulhar no mar de impunidade que envolve o Brasil. Fogem do flagrante, contratam bons advogados e deitam na rede à espera da próxima oportunidade de delinquir.

É por isso que os mensaleiros precisam ser julgados, como bem deseja o ministro Joaquim Barboza. O sentimento de que tudo é possível e ninguém nunca é punido vem do consulado petista de aloprados, fraudadores de sigilos e dossiês. Que viraram sócios cotistas do Estado brasileiro, “privatizado” por eles e para eles.

Quando o exemplo vem de cima, fica insustentável esperar moralidade embaixo. Vale tudo. Salve-se quem puder. Farinha pouca, o pirão da “companheirada” primeiro.

Perto dessa gente, Gabriel Garcia Marques não tem imaginação nenhuma.

Arthur Virgílio é diplomata

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