Dilma condicionou o socorro a Portugal às ‘garantias’

Foto de Macário Batista


A “caravela” aérea de Dilma Rousseff mal havia aportado em solo português e ela já teve de responder à pergunra que mais inquieta o país anfitrião.

Pode o Brasil adquirir títulos da dívida de Portugal para ajudar o ex-colonizador envolto em crise?

Dilma esclareceu aos repórteres que a boa vontade da ex-colônia é grande, mas tem limites.

Disse que, pelas regras do Banco Central, as reservas internacionais brasileiras só podem ser usadas na aquisição de papéis de baixíssimo risco.

São títulos que recebem a classificação “AAA”. O papelório português, por tóxico, é cotado pela agência de risco Standard & Poor’s como “BBB-“.

Assim, disse Dilma, só haveria uma hipótese de o Brasil estender a mão: Portugal teria de oferecer garantias reais.

Dilma expressou-se em linguagem polida, como convém. Primeiro, levou mel aos lábios:

"O Brasil tem compromisso com Portugal e sempre vai ter. Temos investimentos de Portugal no Brasil e temos investimentos do Brasil em Portugal”.

Só então exibiu o ferrão: “A única alternativa que nós vemos para esse caso é a possibilidade de comprar títulos [...] com garantia...”

“...Ou garantia real ou de algum ativo que supra essa deficiência. Isso vai depender de negociação”.

O diabo é que nem haverá tempo para a abertura de negociação. A morte de José Alencar levou ao encurtamento da agenda de Dilma.

Cancelaram-se os encontros que ela teria com o presidente e o primeiro-ministro de Portugal –Aníbal Cavaco Silva e José Sócrates, respectivamente.

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