Guerra no Rio - Polícia ocupa favelas do Alemão

Após oito dias de confrontos entre traficantes e policiais no Rio de Janeiro, as forças de segurança ocuparam no domingo (28), terceiro dia de cerco, o Conjunto de Favelas do Alemão, um dos mais importantes redutos de criminosos da cidade. A ação coordenada de 2.700 homens das polícias Civil, Militar, Federal e do Exército assumiu o controle da comunidade em menos de duas horas, conseguindo prender 30 suspeitos de envolvimento com o tráfico e apreender mais de 10 toneladas de drogas e dezenas de armas - tudo isso sem entrar em um longo confronto aberto, e deixando apenas uma vítima. (conta feita até por volta das 17 horas de ontem).

A operação teve início logo nas primeiras horas da manhã. Pouco depois das 7 horas, os policiais já se reuniam e organizavam a ocupação, com apoio de veículos blindados e helicópteros. A ação começou de fato às 8 h, com “força máxima”, segundo o comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar, tenente-coronel Paulo Henrique Moraes, em menos de uma hora a Polícia Civil dizia ter “dominado” o Alemão.

“O território jamais será dado de volta aos criminosos”, disse o subchefe operacional da Polícia Civil, Rodrigo Oliveira. Às 9h22, o comandante-geral da Polícia Militar, Mário Sérgio Duarte, declarou: “Vencemos”. O hasteamento de uma bandeira do Brasil no alto do teleférico do morro do Alemão, às 13h22, representou o que as forças de segurança trataram como libertação da comunidade.
A ocupação deu-se sem “grandes confrontos”, segundo Duarte, o que fez o delegado Marcus Vinicius Braga chamar a situação de “preocupantemente tranquila”. A única vítima foi um homem levado ao hospital após trocar tiros com as forças de segurança. Um menor também ficou ferido, mas não corre risco. Em vez de reagir à ocupação, os traficantes tentaram fugir ou esconder-se, o que fez com que as forças de segurança organizassem uma busca de casa em casa da comunidade. No total, 30 pessoas foram presas, incluindo Elizeu Felício de Souza, conhecido como Zero, um dos homens condenados por participar da morte do jornalista Tim Lopes, da TV Globo.

A ação de ontem foi o resultado de oito dias de confrontos. Desde o domingo anterior (21) criminosos orquestraram uma série de ataques por toda a cidade, atirando contra policiais e ateando fogo em dezenas de veículos. A reação da polícia e o cerco aos criminosos teve início na última quinta-feira (25) quando uma megaoperação do Bope atacou os criminosos nas favelas da Penha e controlou a Vila Cruzeiro e provocou a fuga em massa de mais de uma centena de criminosos que se esconderam no Alemão. As forças de segurança começaram no dia seguinte o cerco ao Conjunto

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