Lúcio Alcântara quer ser a vuvuzela na eleição



Ex-governador anuncia candidatura e diz ser "oposição de verdade" a Cid


O ex-governador Lúcio Alcântara (PR) anunciou ontem sua candidatura ao Governo do Estado. Lúcio reafirmou que será a “vuvuzela” das eleições. Ou seja, vai fazer barulho, visando quebrar uma espécie de “silêncio dos pântanos”, segundo ele nunca visto na política do Estado. Isso porque, segundo o ex-governador, não debaterá “olhando pelo retrovisor”.
A candidatura de Lúcio será homologa hoje Ginásio Poliesportivo da Parangaba, durante a convenção estadual do PR, a partir das 16 horas.

“Quem supunha que esse processo eleitoral seria morno, sem vida, esqueceu-se de que esta é uma terra de homens e mulheres fortes, que resistem”, alegou o republicano, acrescentando que por esse povo determinado confirma sua candidatura. De acordo com ele, entra nesta disputa com maturidade e experiência de quem já governou, na tentativa de acabar com a unanimidade artificial, e sem interesse de debater “olhando para o retrovisor”.

Lúcio explicou que sua candidatura se fez necessária para atender aos apelos do povo do Interior, além de ser uma “oposição de verdade”. Ele esclareceu que, desde o início do atual governo, expôs os graves problemas enfrentados pelo Estado como a falta de segurança, os “loteamentos de cargos” e o “uso da máquina pública para fazer politicagem”. Práticas que, segundo Lúcio, haviam sumído no Ceará e voltaram a ser vistas neste governo, o que significa um retrocesso político.
“Enquanto o Brasil seguiu adiante, perseguindo seu projeto de futuro, o Ceará parou. Ficou olhando pelo retrovisor. Priorizou máquinas e equipamentos e se esqueceu do principal que é o povo”, criticou o republicano.

As declarações seguem a linha das críticas feitas ao governo Cid pelo senador Tasso Jereissati (PSDB), para quem o governo estadual “está sem rumo, pois o Ceará deixou de ser a cabeça do Nordeste, perdendo seu potencial para Pernambuco”.
Questionado se sua candidatura seria uma estratégia firmada entre os tucanos e o PR, Lúcio garantiu não haver nenhuma parceria eleitoral entre os dois partidos. Ele comemorou a decisão tucana de indicar Marcos Cals (PSDB) ao Governo e relembrou que sempre defendeu o debate de idéias e projetos, além de prever que a eleição no Estado não seria ganha por W.O.

Vice
Para o posto de vice, Lúcio aposta na juventude e empreendedorismo de Cláudio Vale (PPS), que, durante a coletiva, demonstrou que o tom da candidatura será apontar as deficiências do atual governo, principalmente na área da segurança. Segundo Vale, a juventude está entregue às drogas, sobretudo ao “crack”, apesar do grande investimento do Governo do Estado na reestruturação da segurança pública. Na avaliação de Lúcio Alcântara, falta investimento no “homem”.

ALEXANDRE PEREIRA (PPS) É CANDIDATO AO SENADO
O PPS também definiu ontem a candidatura do presidente do partido, Alexandre Pereira, a uma vaga no Senado
Federal. A coligação com o partido do ex-governador Lúcio Alcântara, bem como a indicação do nome de Alexandre Pereira ao Senado, deverá ser homologada na convenção do PPS, que ocorrerá amanhã na Câmara Municipal de Fortaleza.
O presidente do partido afirmou que está surgindo um novo momento político, no qual a pluralidade de candidatos fortalece a democracia. “Um novo cenário começa a se desenvolver no Ceará com o lançamento da nossa campanha, que pode ser a segunda opção entre Tasso Jereissati e José Pimentel (PT). Estamos entrando no jogo não para marcar posição, mas para concorrer de fato”.
Com relação à corrida ao governo estadual, Alexandre Pereira declarou que a chapa é balanceada, pois traz a experiência de Lúcio Alcântara e o sangue novo de Cláudio Vale. “Política se faz em grupo. Temos que trabalhar muito, arregaçar as mangas e lutar pela candidatura e pelo crescimento do partido”, garantiu Cláudio Vale.

Oposição
O secretário nacional de formação política do PPS, Chico Almeida, que está em Fortaleza acompanhando os trabalhos do diretório estadual, disse que já era hora de haver oposição no Ceará. Para ele, a oposição representa o contraditório da sociedade e as pessoas precisam ter escolhas, ter um contraponto. “Tanto no Ceará como nacionalmente, são ‘batalhas’ muito difíceis. Vamos disputar contra a máquina administrativa, mas vamos discutir a visão política do PPS e levar nossas propostas à população.

Alexandre Pereira disse, também, que, no Ceará, a coligação PPS/PR está coesa no sentido de eleger Lúcio Alcântara. No entanto, para presidente da República, o PR apoiará a candidata do Partido dos Trabalhadores (PT), a ex-ministra Dilma Roussef, enquanto o PPS vai apoiar o ex-governador de São Paulo, José Serra, candidato do PSDB.

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