A medida de cada um

Contei 80% do tempo do programa do DEM (veja postagem de ontem à noite) usados por Zé Serra, num claro e atrevido desrespeito às leis eleitorais vigentes. O Josias de Souza, no blog dele, no fim da noite de ontem, contou 75%. Cada qual com sua matemática.

"Serra ocupa 75% do programa de TV e rádio do DEM"

Diz-se que o crime não compensa. Bobagem. No universo eleitoral, o delito pode ser extremamente compensatório.

Na sucessão de 2010, segundo jurisprudência criada pelo PT, propaganda partidária tornou-se peça de campanha.

Rende multas mixurucas no TSE. Mas não há dinheiro que pague a felicidade de ver uma ex-poste convertida em presidenciável competitiva.

Pois bem, nas pegadas do petismo, o DEM levou ao ar, em rede nacional de rádio e TV, sua “propaganda partidária”. Uma peça de campanha de 10 minutos.

Foi quase que integralmente terceirizado a José Serra, do PSDB (assista lá no alto).

O grosso da matéria-prima veio do ato de lançamento da candidatura de Serra, ocorrido em 10 de maio —chamado de “encontro de partidos”. Haja eufemismo!

A exemplo do que fizera a oposição com publicidade ilegal de Dilma, o PT vai representar no TSE contra o DEM e Serra.

O tribunal tende a expedir novas multas. Em junho, PPS e PSDB reincidirão. O PT recorrerá. Mais duas ou três multas. E estará feita a pantomima.

Se fosse levada ao pé da letra, a legislação facultaria a impugnação das candidaturas. No limite, poderia até tisnar a posse do eleito.

Mas quem acredita que os ministros do TSE terão peito para levar a lei a ferro e fogo?

Se quisessem, os partidos poderiam se unir no Congresso para modificar a lei. Nada faz crer que o farão.

O crime no Brasil, quando compensa, muda de nome. Na eleição, chama-se esperteza de campanha. Também atende pelo nome de hipocrisia coletiva.

Na peça do DEM, Serra discursa a certa altura: "Eu quero que os meus netos cresçam em um país em que as leis sejam aplicadas para todos”.

Então, tá!"

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