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Por Jorge Serrão


Dois famosos comunicadores são investigados pela Operação Harém, da Polícia Federal, por suspeita de envolvimento com agenciadores de prostituição de luxo. Eles agiriam como facilitadores para que modelos, atrizes e dançarinas de programa (de televisão) recebessem um cachês variando de R$ 4 mil até R$ 20 mil para “fazerem programa” (sexual) com políticos, empresários e jogadores de futebol. Sorte das beldades midiáticas que caso tem tudo para acabar abafado, sem punição para os grandes cafetões, porque envolve também dois governadores de Estado – um deles da base aliada – que eram clientes do esquema.

Os comunicadores foram denunciados diretamente por um funcionário de uma emissora e por uma produtora de outro canal. Se a operação abafa não funcionar conforme o esperado, os dois correm o sério risco de ter sua imagem danificada. O processo criminal do escândalo ainda está na fase de depoimentos. O destino dos dois artistas mais famosos depende dos relatos de 12 mulheres que o Ministério Público indicou como testemunhas. Três delas ainda freqüentam as telas da TV. Outras duas já tiveram seus corpos esculturais estampados na capa de grandes revistas masculinas. Uma das moças é conhecida, nos meios políticos, como “namoradinha de um governador”.

A PF já investiga se políticos, empresários, jogadores e os comunicadores envolvidos usam de “meios não convencionais” para abafar o processo da Operação Harém. Os suspeitos são monitorados. O principal risco às investigações é que eles paguem “cachês” ou ofereçam outras facilidades para “incentivar” as testemunhas a darem versões fant asiosas da realidade, tirando os nomes de “famosos” do foco da prostituição de luxo.

Os envolvidos contam com a sorte de que a prostituição não é crime no Brasil. A exploração da prostituição é atividade criminosa. O problema: nunca é fácil comprovar o aliciamento de mulheres via cafetização refinada. Assim, o escândalo tem grandes chances de dar em nada - como é mau costume no Brasil.

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