Internação pediátrica poderá ser fechada

O Hospital Distrital Evandro Ayres de Moura (Frotinha do Antônio Bezerra) foi citado na sessão da Câmara Municipal de Fortaleza, na manhã de ontem, pelo vereador Ciro Albuquerque que denunciou que a Unidade de Pediatria do Hospital estaria sendo fechada e que, para isso, contava com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A equipe do Jornal O Estado foi até o Hospital para verificar como está sendo realizado o atendimento no local.

A diretora administrativa e financeira, Dora Frota, foi a primeira a receber a equipe do O Estado, que comentou que Hospital conta com dois médicos por especialidade, sendo oito profissionais ao todo. Ela ainda contou que pronto-socorro atende pessoas de todas as regiões. “Uma pessoa que chega em situação de emergência, que não seja deste bairro, não mandaremos embora, nós receberemos e trataremos. Nós atendemos muitos da cidade de Caucaia”, disse a diretora administrativa, afirmando desconhecer que a unidade pediátrica seria fechada.

O diretor clínico, Marcos Almeida, explicou que existe uma possibilidade de fechar a parte de internamento pediátrico. “Estamos conversando com a SMS e com a Coordenadoria de Gestão Hospitalar devido à baixa ocupação do espaço. Mas isso não foi acertado ainda, estamos apenas conversando. Não poderíamos fechar a parte de emergência”, esclareceu. Ele declarou que existem oito leitos para internação infantil.
“Às vezes ficamos angustiados por não termos leitos para operar uma pessoa que levou uma facada, por exemplo, pois os outros estão todos ocupados. A nossa intenção era tornar os leitos infantis em adultos, para termos mais vagas”, ponderou Marcos Almeida. Durante a visita da equipe do O Estado, foram encontrados dois leitos infantis ocupados, ou seja, seis estavam livres, enquanto na sala de observação adulta havia seis pessoas esperando por um leito. “Esses pacientes poderiam estar acomodadas em leitos”, lamentou o diretor clínico.
Caso seja, realmente, fechada a parte de internação infantil, as crianças que precisarem ser internadas nos transferimos para outros hospitais, informou Marcos Almeida. Ele contou que, por dia, o Hospital realiza cerca de 50 a 60 atendimentos infantis, mas, quando há uma transição do tempo, o número de atendimentos sobe para 100 a 150.

Precariedade
Marcos Almeida informou que o Hospital funciona com 50 leitos, além de 10 para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 2 para Unidade de Terapia de Urgência. Ele destacou que o Frotinha tem 32 anos e não houve ainda nenhuma reforma ou ampliação. “A população, praticamente, triplicou os atendimentos também e nós continuamos com a mesma estrutura”, disse.

O diretor clínico disse que o Hospital está precisando de oito clínicos, seis pediatras, três anestesiologista e dois traumatologistas. “Nossa maior deficiência é humana. Estamos esperando serem chamados os profissionais que passaram no concurso”, frisou. Ele disse que tem dias que falta médico para atender os pacientes, que é necessário contratar funcionários terciários.

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