Quiproquó na saúde do Cedro vai ao MP

Prefeitura fecha hospital Zulmira Sedrin por falta de verbas do SUS

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O município de Cedro tem dois hospitais. Um, pequeno faz a política do prefeito João Viana. O outro, grande e tradicional, com meio século de funcionamento é da corrente política contrária ao prefeito. Apoiado em denúncias de correligionários, a Prefeitura resolveu fechar o hospital Zulmira Sedrin de Aguiar, a partir do corte das verbas do SUS, literalmente proibidas à entidade filantrópica.

O mal - estar sentido pela população de Cedro bateu, ontem, com os costados no Ministério Público, numa audiência na Promotoria de Defesa da Saúde do Ceará, sob o controle da promotora Izabel Porto. A audiência contou também com a presença do promotor de Justiça do Cedro, Leidomar Nunes Pereira, do prefeito João Viana e dos representantes do Hospital Zulmira Aguiar, capitaneados por sua presidente, Tereza Albuquerque, viúva do médico Rubens Albuquerque, fundador do hospital em meados do século passado.
A audiência objetivava um acordo, já que a população de Cedro está sendo prejudicada pelo que os médicos e administradores do hospital chamam de radicalismo de Viana, que não admite abrir mão do que chama seu direito de repassar a verba do SUS para quem quiser. Alega dentre outras coisas, que o hospital, um dos poucos do Ceará a ter o CEBAS, certificado de beneficência e assistência social do Governo Federal, não tem um técnico especializado em raios-x, apesar de ser o único da região a ter um aparelho de 300 mil ampères. Por isso, os casos que precisem de raios-x são mandados para Iguatu.

Nascidos no Icó
Populares acusam o prefeito de não repassar verba do SUS para procedimentos de obstetrícia, obrigando crianças a nascerem em Ico, Várzea Alegre e outros municípios da região. Os desentendimentos embarram, em qualquer situação, na intransigência do prefeito, conforme foi mostrado durante a audiência. Nenhum dos laudos de inspeção apresentados pelos dirigentes do Hospital Zulmira Aguiar serve para o prefeito. Foram oito no total, todos com procedimentos aprovados por órgãos estaduais e federais de saúde.

Diante do quadro e concluída a audiência de mais de duas horas, a promotora Izabel Porto designou o seu colega de Cedro, Leidomar Nunes Pereira, para promover as medidas judiciais cabíveis, a partir da idéia de que as verbas devam ser repassadas num processo de habilitação de cada hospital.

Do jornal O Estado

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