BOM DIA

Esta história recente do Senado da república vai render muita dor de cabeça a muito senador, esteja, ou não em ação. O jornalista Josias de Souza comenta em seu blog o discurso de ontem de Arthur Virgilio, o Santo das Águas barrentas do Amazonas. Pois não é que o homem mostrou que até ele tem unha encravada. Verdade. Leia o blog do Josias comentando o discurso do Virgilio lider dos intocaveis tucanos. Tucanos que mexem com gasolina de avião, empregos no exterior e empréstimos dia de domingo pelo Banco do Brasil. Ei ei, Erere.

Arthur Virgilio, O Limpo


Virgílio liga Agaciel a Renan e Sarney: São corruptos
Folha
Como prometera, o líder do PSDB, Arthur Virgílio, voltou à tribuna nesta segunda (29). Defendeu-se. E atacou.



Referiu-se a notícia veiculada na última edição da revista IstoÉ. Atribuiu as informações a “fonte agaciliana” ou “sarneyana”.



Disse ter sido informado de que a reportagem foi urdida numa reunião de três senadores: José Sarney, Renan Calheiros e Gim Argello. Desejariam calá-lo.



“Sarney não tem mais a mínima condição moral de permanecer à frente da direção desta Casa”, disse o senador.



Presente à sessão, Gim Argello negou: “Não é fato. Não houve essa reunião”. E Virgílio: “É direito meu acreditar ou não”.



A alturas tantas, Virgílio disse que não crê que o ex-diretor-geral Agaciel Maia tenha “roubado sozinho no Senado”.



“Ele roubou com gente de mandato [...]. É cúmplice do [João Carlos] Zoghbi e de senadores covardes e corruptos que protegem esse desmando...”



“...Jabuti quando está em arvore ou é enchente ou é mão de gente. Roubou e deve ter dividido com muita gente com assento nessa Casa”.



Referindo-se especificamente ao texto levado às páginas de IstoÉ, Virgílio admitiu um erro e refutou o que chamou de “aleivosias”.



O erro: depois de empregar o filho de um amigo em seu gabinete, autorizou-o a estudar no exterior, preservando-lhe os vencimentos pagos pelo Senado.



“É um equivoco do qual me penitencio, o que não é pouco. Um erro que cometi e mereço ser, sim, criticado [...]. Assumo totalmente a responsabilidade”.



Noutro ponto da notícia, informou-se que Agaciel provera a Virgílio, numa viagem a Paris, um socorro monetário de US$ 10 mil.



Virgílio disse que viajara Paris com a família para festejar o aniversário de 40 anos de sua mulher. Teve o cartão de crédito rejeitado no hotel. Deu-se num sábado.



Tocou o telefone para um amigo, o servidor do Senado Carlos Homero Vieira Nina, cuja mulher trabalhava no Banco do Brasil.



Pediu-lhe que tentasse saber o que se passava de errado com seu cartão. Sem o seu conhecimento, o amigo Vieira Nina recorreu ao diretor-geral Agaciel.



Verificou-se que havia uma dívida no cartão de Virgílio. E Agaciel providenciou um depósito. Segundo a revista, o “empréstimo” jamais teria sido ressarcido.



Virgílio diz coisa diversa. Primeiro, o valor não seria US$ 10 mil (R$ 30 mil pelo câmbio da época), mas algo como R$ 10 mil.



Segundo, disse que o valor foi restituído a Agaciel na época. Deu-se por meio de uma cotização de três amigos: o próprio Vieira Nina, o ex-ministro do TSE Antonio Augusto Rebelo e o advogado Fernando neves da Silva.



O líder tucano disse que, se tivesse de se socorrer de alguém, não procuraria Agaciel, mas “os amigos ricos” que tem, como “Tasso Jeresissati”.



Ainda segundo IstoÉ, Agaciel liberou R$ 723 mil para ressarcir despesas de saúde da mãe de Virgílio, Isabel Vitória de Matos Pereira, morta em 2006.



Os repasses teriam extrapolado o limite permitido pelo Senado: R$ 30 mil por ano. Virgílio disse que sua mãe tratava-se de Alzheimer desde 1985.



De início, a família custeava o tratamento com recursos próprios. Depois, verificou-se que, como viúva do ex-senador Arthur Virgílio Filho, poderia socorrer-se do Senado.



Acertou-se, segundo Virgílio, que o Senado custearia os médicos que assistia sua mãe. E o Seguro Bradesco pagaria a internação hospitalar.



Segundo Virgílio, uma de suas irmãs está levantando os custos. Mas, de antemão, dirigiu à Mesa do Senado um requerimento para sejam levantadas as despesas.



“Quero um depoimento da Mesa sobre a legalidade ou nao das depesas”. Quero saber se é verdade que alguém cometeu alguma ilegalidade”.



Virgílio ironizou: disse que, até quando deseja atacá-lo, Agaciel Maia acaba por se auto-incriminar, imputando a si mesmo a prática de ilegalidades.



De resto, o líder tucano disse em seu discurso que não foi por acaso que seus detratores escolheram IstoÉ para desaguar os dados.



Referiu-se à revista como “uma central de chantagens”. Disse que, oficialmente, a publicação pertence a Domingos Alzugaray. Mas o verdadeiro dono seria outro.



“Seu propritário verdadeiro é o escroque Gilberto Miranda Batista, irmão de Egberto Miranda Batista, que protagonizou, na campanha de Collor, o escabroso caso Lurian”.



Tratou de vincular a dupla a Sarney. Contou que, na campanha para a presidência do Senado, visitara Sarney em sua casa, junto com Sérgio Guerra, presidente do PSDB.



Na saída, deram de cara com Gilberto Miranda e Egberto Batista, que entravam para um encontro com Sarney.



Nas mais de três horas que ocupou a tribuna, Virgílio anunciou uma representação contra Sarney no Conselho de Ética do Senado. Leu o documento.



O texto empilha 18 malfeitos atribuídos a Sarney –da nomeação de parentes e amigos por meio de atos secretos aos negócios do neto com empréstimos no Senado.



“Essa gente não vai conseguir me misturar com ela. Se tivesse optado pelo silêncio, se tivesse optado por irmanar com essa máfia, estaria ganhando rios de dinheiro”.

Escrito por Josias de Souza às 20h23

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