Voltei do Wall Mart

Como eu ia dizendo, querido diário, veio a hora do rango. Carne, paaassssta, ou frango, diz a paulista cheia de esses e erres. Arrisco a carne. Pra beber? Água, respondo. Vou pra saladinha que nunca dá errado. Ponho lá o molhinho e intoco com pão e burro. Abro o prato principal. A carne. Não veio a carne. O cara trocou. Era frango. Uns cubos num molho de tomate e um troço branco e amarelo que estou por saber o que qui era. O frango, horrível. Pense numa panelada fria. Pense num sarapatel do outro dia roubado de uma geladeira com defeito. O grande tempero da humanidade ainda é a fome. Ataquei. Horrível. Deu tempo de pedir pra senhora que servia um pouco de vinho. Tinto. Outra decepção. Fazia tempo não bebia vinho tao ruim. Nem pense que é frescura ou coisa de exigencia, não. É que o diabo do vinho era ruim mesmo. Descer quadrado. Bebendo água em cima a cada gole. Coisa pra ajudar a engolir o tal frango que era carne. E a mistura, era uma espécie de mugunzá. Com milho branco e milho amarelo. Mas não era milho, parecia arroz, mas não era arroz. Sagu tambem não era. Por Tutatis, diriam os conterrâneos de Asterix, o gaulês. Encostei. Mas como sou ou estou de boa paz, vamos para a sobremesa. Um docinho coberto de doce de leite. Um bolinho fofo, fofissimo, como um pao de ló, em três camadas de doce de leite. Chega! Água meu netinho que agora vou bater pestana com pestana. Recostei e puxei uma palha pelo menos ate o Caribe, quando o velhissimo 767-200 começa a jogar um pouco. São 05 e 15 e o pouso está previsto para as 06 e 20, local time.
06.40 horas (AM) AM não é negocio de radio, não. AM é antes meridiano. Sou o primeiro a chegar na área de imigração de Miami. Primeirão. Só o nosso vôo chegou. O oficial (um cara com tanto coisa dependurada na roupa só pode ser oficial) me encaminhou par a um cidadao alto,k forte, loiro, olhso azuis, calvo... good morning e ele pergunta se em venho no voo da TAM. O desgacado viu na ficha que a gente preenche a bordo que sim e tah lah o numero do voo e tal. Meu passaporte tem visto especial, de imprensa. Ele fica me encarando ateh me perguntar num portugues perfeito; - O que o senhor vem fazer aqui? – Tento em vista a grosseria do Lindo, resolvi dar o troco; - Não venho fazer nada aqui Senhor. Estou a caminho das Bahamas. Vou pra Nassau. Isso aqui eh soh a minh a esquina. Ah, o Senhor eh brasileiro... e eu, bembrasileiro não meu senhor, sou de Sobral. O cara sorri. Parece que se distendeu. O animal era gaucho. Logo vi. Gaucho, tche. E ficou olhando pra mim e pro meu passaporte com 15 entradas nos Estados Unidos nos ultimos 12 meses. Pssou o dedo pelas partes salientes, do passaporte viu, e encostou na pantalha do computador dele como quem avalia foto com foto anterior, Oihou nomes do outro lado, virou e mexou no passaporte inteiro. Pra ajudar ao americano gaucho, tche, pensei em perguntar se ele usava tres facas...o cara estava me irritando. Eu não sou chegado a fruta, e como sabia que não tinha nada errado, resolvi ajudar...-Moco, como o senhor pode ver pelo meu visto, sou jornalista. Venho aqui a trabalho. Cobri todas as primarias , a eleicao e a posse do sr. Obama, estou indo pras Bahamas cobrir o anuncio das cidades sede da Copa do Mundo no Brasil em 2014. E o cara olhando meu passaporte. – O senhor tras alguma lembanca pra alguem aqui nos Estados Unidos? – Não,fui seco. Nem um presente? – Não, fui irritado. Estava lidando um um brasileiro/americano de que origem não sei, nem quero saber. Quanto dias o senhor vai passar aqui. O anuncio das cidades da Copa do Mundo serah dia 31, nas Bahamas, respondi. O cara carimbou meu passaporte ainda depois de passar o dedo nas beiradas, do passaporte e carimbar o canhoto daquela ficha de que falei com um I, de Imprensa e um d/s, que vem a ser algo do tipo, pode trabalhar nos Estados Unidos, para o patrao dele, ateh o encrramento do visto, sem que tenha necessidade de sair do pais a cada tres meses. Algo do genero. Entrei com minha malinha, passei pelo simpatico americano verdadeiro que sequer olhou pra malinha, companheira de quase 30 anos (penso num couro bom) que sorri um seja bem vindo em bom portugues, que eu elogiei. O moco, o americano legitima, sentiu-se O CARA.
8 horas – Jah oficialmente em solo americano, fui fazer uma assepsia da viagem com aprendi com umas francesas numa viagem de navio entre Liverpool e Roterda. A mulherada toda pelada, com um paninho na mao , sabao liquido na outra tomando, nas pias, um banhozinho de gato. Jah tomou banho de gato? Olhe, quebra o maior galho. Tem uma toalhinhas bem pequenas, mais ou menos 25 por 25 centimetros que tem pra vender nos cantos e nos bons hoteis, de onde costumo convida-las a ir comigo. Nunca mas cobraram. Eles dao, de tao insignificante que eh o preju. Pois bem. Tem aqueles sabonete liquidos de aviao, em saches, sabe? Ce pega uns quatro ou cinco quando vai ao banheiro pela segunda e ultima vez durante o voo. Isso se voce estvier pensando em se lavar. Primeiro tire a roupa. Não, toda, não. Comece por favar rosto, pescoço, braços, tronco, suvaco. Suvaco eh fundamental. Se voce tiver duas toalhinhas, comoeu tenho, deixe uma seca que eh pra enxugar. Muito bem. Vc. Começou seu banho de gato. Agora va para as partes. Mesma coisa depois de secar bem a toalhinha do sabonete liquido da comoanhia aerea e passar agua quente nela. Se a outra estiver meio molhadinha, ponha debaixo do secador de maos. O ar quente ajuda muito. Pronto. Ponha desodorante, passe creme nas maos, proque nos voos longos os avioes são muito secos (por sinal beba bastante aua durante o voo) penteio os cabelos, se ainda os tiver, ponha um pouco de agua de cheiro, bem pouquinho pra não agredir o ambiente, se tiver trazido uma roupinha limpa, troque pelo menos a camisa e a cueca (se for a amiga, troque a calcinha e a blusa que dar um certo ar de seguranca. Tem care free? Use. Ajuda muito na higiene que a amiga fez, provavelmente com um pouco de dermacite ou similar). Tuo novo e vou tomar um café. Sucos de laranja, um sanduba tradicional de queijo e presunto, ou um café completo. Ovos, bacon, pau, panqueca, mel de milho, suco e um belo expresso. Jamais peça café nos Estados Unidos. Vao te dar um copazio (sempre sonhei um dia usar este aumenttivo que aprendi no primerio ano primario com dona Cleomar) de café, mermo que fogo, com gosto de lavagem d espingarda como dizia mae vovo Petronilha, a Racista. Falo nela porque ela jamais encararia meu voo seguinte, que eu conto daqui há pouco., Afinal estou lendo os jornais. Ateh jah.

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