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Lula denuncia o Golpe ao mundo

Querem acabar com a inclusão social!
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Do site do Presidente Lula:
Em carta a governantes do mundo, Lula denuncia o golpe no Brasil
Em carta enviada esta semana aos governantes e ex-governantes com os quais manteve relações, durante e depois de seu governo, o ex-presidente Lula denunciou o golpe parlamentar contra a presidenta Dilma Rousseff e a campanha dos golpistas e da mídia brasileira para exluir do processo político, por meios arbitrários, o PT e o próprio Lula.
"As forças conservadoras querem obter por meios escusos aquilo que não conseguiram democraticamente: impedir a continuidade e o avanço do projeto de desenvolvimento e inclusão social liderado pelo PT", diz o ex-presidente na carta.
Em oito anos no governo, Lula teve 168 encontros com chefes de estado e de governo em dezenas de países, recebeu governantes estrangeiros em 232 ocasiões, além de ter participado de 84 reuniões de cúpula multilaterais. Entre 2011 e 2015, Lula participou de 132 encontros com governantes e ex-governantes, mantendo sua intensa agenda de diálogo internacional.
No documento aos governantes e ex-governantes, Lula afirma:
"Querem criminalizar os movimentos sociais e, sobretudo, um dos maiores partidos de esquerda democrática da América Latina, que é o PT. Denúncias contra líderes de partidos conservadores são sistematicamente abafadas e arquivadas enquanto acusações semelhantes a qualquer personalidade do PT tornam-se de imediato, à revelia do devido processo legal, condenação irrevogável na maior parte dos meios de comunicação."
"Se a justiça for imparcial, as acusações contra mim jamais prosperarão. O que não posso aceitar são os atos de flagrante ilegalidade e parcialidade praticados contra mim e meus familiares por autoridades policiais e judiciárias. É inadmissível a divulgação na tv de conversas telefônicas sem nenhum conteúdo político, a coação de presos para fazerem denúncias mentirosas contra mim em troca da liberdade, ou a condução forçada, completamente ilegal, ocorrida em março último, para prestar depoimento do qual eu sequer tinha sido notificado."
"Nada me fará abrir mão, como sabem as lideranças de todo o mundo com as quais trabalhei em harmonia e estreita cooperação -- antes, durante e depois dos meus mandatos presidenciais – do compromisso de vida com a construção de um mundo sem guerras, sem fome, com mais prosperidade e justiça para todos."
Leia a íntegra da carta de Lula:

São Paulo, 25 de agosto de 2016.
Caro Presidente,
Dirijo-me ao senhor para informá-lo da gravíssima situação política e institucional que vive o Brasil, país que tive a honra de presidir de 2003 a 2010.
Tomo a liberdade de escrever-lhe em nome do respeito e da amizade que existe entre nós, pelos quais sou muito grato.
Orgulho-me de ter conseguido, apesar da complexidade inerente às grandes democracias e dos problemas crônicos do Brasil, unir o meu país em torno de um projeto de desenvolvimento econômico com inclusão social, que nos fez dar um verdadeiro salto histórico em termos de crescimento produtivo, geração de empregos, distribuição de renda, combate à pobreza e ampliação das oportunidades educacionais.

Por meios pacíficos e democráticos, fomos capazes de tirar o Brasil do mapa da fome no mundo elaborado pela ONU, libertamos da miséria mais de 35 milhões de pessoas, que viviam em condições desumanas, e elevamos outras 40 milhões a patamares médios de renda e consumo, no maior processo de mobilidade social da nossa história.
Em 2010, como se sabe, fui sucedido pela Presidenta Dilma Rousseff, também do Partido dos Trabalhadores, que havia dedicado sua vida à luta contra a ditadura militar, pela democracia e pelos direitos da população pobre do nosso país.
Mesmo enfrentando um cenário econômico internacional adverso, a Presidenta Dilma conseguiu manter o país no rumo do desenvolvimento e consolidar os programas sociais emancipadores, prosseguindo na redução das enormes desigualdades materiais e culturais ainda existentes na sociedade brasileira.
Em 2014, a Presidenta Dilma foi reeleita com 54 milhões de votos, derrotando uma poderosa coalizão de partidos, empresas e meios de comunicação que pregava o retrocesso histórico do país, com a redução de importantes programas de inclusão social, a supressão de direitos básicos das classes populares e a alienação do patrimônio público construído com o sacrifício de inúmeras gerações de brasileiros.
A coalizão adversária, vencida nas urnas em 2002, 2006, 2010 e 2014, não se conformou com a derrota e desde a proclamação do resultado procurou impugná-lo por todos os meios legais, sem alcançar nenhum êxito.
Esgotados os recursos legais, no entanto, em vez de acatar a decisão soberana do eleitorado, retomando o seu legítimo trabalho de oposição e preparando-se para disputar o próximo pleito presidencial – como o PT sempre fez nas eleições que perdeu –, os partidos derrotados e os grandes grupos de mídia insurgiram-se contra as próprias regras do regime democrático, passando a sabotar o governo e a conspirar para apossar-se do poder por meios ilegítimos.
Ao longo de todo o ano de 2015, torpedearam de modo sistemático os esforços do governo para redefinir a política econômica no sentido de resistir ao crescente impacto da crise internacional e recuperar o crescimento sustentável. Criaram um clima artificial de impasse político e institucional, com efeitos profundamente danosos sobre a vida do país, contaminando o ambiente de negócios, deixando inseguros produtores e consumidores, constrangendo as decisões de investimento. No afã de inviabilizar o governo, apostaram contra o país, chegando até mesmo a aprovar no parlamento um conjunto de medidas perdulárias e irresponsáveis destinadas a comprometer a estabilidade fiscal.

E, finalmente, não hesitaram em deflagrar um processo de impeachment inconstitucional e completamente arbitrário contra a Presidenta da República.
Dilma Rousseff é uma mulher íntegra, cuja honestidade pessoal e pública é reconhecida até pelos seus adversários mais ferrenhos. Nunca foi nem está sendo acusada de nenhum ato de corrupção. Nada em sua ação governamental pode justificar, sequer remotamente, um processo de cassação do mandato que o povo brasileiro livremente lhe conferiu.
A Constituição brasileira é categórica a esse respeito: sem a existência de crime de responsabilidade, não pode haver impeachment. E não há nenhum – absolutamente nenhum – ato da Presidenta Dilma que possa ser caracterizado como crime de responsabilidade. Os procedimentos contábeis utilizados como pretexto para a destituição da Presidenta são idênticos aos adotados por todos os governos anteriores e pelo próprio vice-presidente Michel Temer nas ocasiões em que este substituiu a Presidenta por razão de viagem. E nunca foram motivo de punição aos governantes, muito menos justificativa para derrubá-los. Trata-se, portanto, de um processo estritamente político, o que fere frontalmente a Constituição e as regras do sistema presidencialista, no qual é o povo que escolhe diretamente o Chefe de Estado e de Governo a cada quatro anos.
As forças conservadoras querem obter por meios escusos aquilo que não conseguiram democraticamente: impedir a continuidade e o avanço do projeto de desenvolvimento e inclusão social liderado pelo PT, impondo ao país o programa político e econômico derrotado nas urnas. Querem a todo custo comandar o Estado para apossar-se do patrimônio nacional – como já começa a acontecer com as reservas petrolíferas em águas profundas – e desmontar a rede de proteção aos trabalhadores e aos pobres que foi ampliada e consolidada nos últimos treze anos.
As mesmas forças que tentam arbitrariamente derrubar a Presidenta Dilma, e implantar a sua agenda antipopular, querem também criminalizar os movimentos sociais e, sobretudo, um dos maiores partidos de esquerda democrática da América Latina, que é o PT. E não se trata de mera retórica autoritária: o PSDB, principal partido de oposição, já apresentou formalmente uma proposta de cancelamento do registro do PT, com vistas a proibi-lo de existir. Temem que, em 2018, em eleições livres, o povo brasileiro volte a me eleger Presidente da República, para resgatar o projeto democrático e popular .
A luta contra a corrupção, que é uma mazela secular do Brasil e de tantos outros países, e deve ser combatida de modo permanente por todos os governos, foi distorcida e transformada em uma implacável perseguição midiática e política ao PT. Denuncias contra líderes de partidos conservadores são sistematicamente abafadas e arquivadas enquanto acusações semelhantes a qualquer personalidade do PT tornam-se de imediato, à revelia do devido processo legal, condenação irrevogável na maior parte dos meios de comunicação.
A verdade é que o combate à corrupção no Brasil passou a ser muito mais vigoroso e eficaz a partir dos governos do PT, com o respeito, que antes não existia, à plena autonomia do Ministério Público e da Polícia Federal no exercício de suas atribuições; a ampliação do orçamento, do quadro de funcionários e a modernização tecnológica dessas instituições e dos demais órgãos de controle; a nova lei de acesso à informação e a divulgação das contas públicas na internet; os acordos de cooperação internacional no enfrentamento da corrupção; e o estabelecimento de punições muito mais rigorosas para corruptos e membros de organizações criminosas.

Todos nós, democratas, interessados no aperfeiçoamento institucional do país, apoiamos o combate à corrupção. As pessoas que comprovadamente tiverem cometido crimes, devem pagar por eles, dentro da lei. Mas os juízes, promotores e policiais também estão obrigados a cumprir a lei e não podem abusar do seu poder contra os direitos dos cidadãos. As pessoas não podem ser publicamente condenadas (e terem a sua reputação destruída) antes da conclusão do devido processo legal, e menos ainda por meio do vazamento deliberado de informações praticado pelas próprias autoridades com fins políticos. Uma justiça discriminatória e partidarizada será fatalmente uma justiça injusta.
Eu, pessoalmente, não temo nenhuma investigação. Desde que iniciei a minha trajetória política e, particularmente nos últimos dois anos, tive toda a minha vida pública e familiar devassada – viagens, telefonemas, sigilo fiscal e bancário –, fui alvo de todo o tipo de insinuações, mentiras e ataques publicados como verdade absoluta pela grande mídia, sem que tenha sido encontrado qualquer desvio na minha conduta ou prova de envolvimento em qualquer ato irregular. Se a justiça for imparcial, as acusações contra mim jamais prosperarão. O que não posso aceitar são os atos de flagrante ilegalidade e parcialidade praticados contra mim e meus familiares por autoridades policiais e judiciárias. É inadmissível a divulgação na tv de conversas telefônicas sem nenhum conteúdo político, a coação de presos para fazerem denúncias mentirosas contra mim em troca da liberdade, ou a condução forçada, completamente ilegal, ocorrida em março último, para prestar depoimento do qual eu sequer tinha sido notificado.
Por isso, meus advogados entraram com uma representação no Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, relatando os abusos cometidos por algumas autoridades judiciais que querem a todo custo me eliminar da vida política do país.
A minha trajetória de mais de 40 anos de militância democrática, que começou na resistência sindical durante os anos sombrios da ditadura, prosseguiu no esforço cotidiano de conscientizar e organizar a sociedade brasileira pela base, até ser eleito como o primeiro Presidente da República de origem operária, é o meu maior patrimônio e a ele ninguém me fará renunciar. Os vínculos de fraternidade que construí com os brasileiros e brasileiras na cidade e no campo, nas favelas e nas fábricas, nas igrejas, nas escolas e universidades, e que levaram a maioria do nosso povo a apoiar o vitorioso projeto de inclusão social e promoção da dignidade humana, não serão cancelados por nenhum tipo de arbitrariedade. Da mesma forma, nada me fará abrir mão, como sabem as lideranças de todo o mundo com as quais trabalhei em harmonia e estreita cooperação -- antes, durante e depois dos meus mandatos presidenciais – do compromisso de vida com a construção de um mundo sem guerras, sem fome, com mais prosperidade e justiça para todos.
Agradeço desde já a generosa atenção que o senhor dedicou a esta mensagem e coloco-me à disposição, como sempre estive, para qualquer esclarecimento ou reflexão de interesse comum.
Reiterando o meu respeito e amizade, despeço-me fraternalmente.
 Luiz Inácio Lula da Silva

Mateus, primeiro os teus

Cariri: Governo do Ceará autoriza investimento de mais de R$ 65 milhões em obras de infraestrutura para Crato e Nova Olinda

Os investimentos anunciados nesta quinta-feira (1º) contemplam o Programa Viário de Integração e Logística – Ceará IV

Em uma manhã de muita festa e calor no distrito de Santa Fé, no Crato, o governador Camilo Santana autorizou o início das obras de pavimentação da rodovia CE-561, a restauração da CE-292, no trecho Crato - Nova Olinda, e a duplicação da saída da cidade, no bairro Batateiras. Os investimentos, anunciados nesta quinta-feira (1º), são de mais de R$ 65 milhões e contemplam o Programa Viário de Integração e Logística – Ceará IV.

“São três ordens de serviço que vão beneficiar a população do Crato e as obras terão o início imediato. Aceitei todas as exigências do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para construir essa estrada porque sei o quanto é ruim não ter uma rodovia com infraestrutura adequada, sinalizada e segura. Portanto, vamos trabalhar para entregar a comunidade uma CE totalmente nova e pavimentada”, afirmou o chefe do Executivo.

A pavimentação da CE-561 é uma antiga reivindicação da população o distrito de Santa Fé, que possui mais de cinco mil pessoas. Ao todo, 12,5 quilômetros de estrada receberão o investimento de cerca de R$ 9 milhões e terão serviços preliminares, pavimentação, revestimento asfáltico, obras d'artes correntes, drenagem, proteção ambiental e sinalizações (vertical e horizontal). A previsão é que, em 180 dias, a população da Região do Cariri já possa contar com a estrada em melhores condições de trafegabilidade e um deslocamento mais seguro e confortável de pessoas e mercadorias. Já o trecho Crato – Nova Olinda da CE-292, que tem 37,74 km de extensão, vai receber R$ 52.993.414,43, e a duplicação de 2,46 km na saída do Crato receberá R$ 3.577.353,92.

A aposentada Deusanildes Guedes, de 60 anos, contou as dificuldades enfrentadas pelos moradores e disse que a obra na CE-561 vai facilitar a vida da população. "Há anos os moradores do distrito sofre com a falta dessa rodovia. Quando meus filhos saíam para a escola, eu ficava com o coração na mão porque já vimos muitos acidentes nesse trecho devido os buracos que existem. Mas, graças a Deus, esse benefício vai melhorar nossa vida em 100%", afirmou. O agricultor Antônio Ferreira Lima, de 49 anos, parabenizou o Governo do Ceará pelo investimento. "Cansamos de levar gente pra hospital e, no meio do caminho, a pessoa piorar. Agora, com esse asfalto, vai melhorar bastante pra população porque vai diminuir o tempo de viagem. O Estado e o povo do nosso distrito estão de parabéns", salientou.


Outros investimentos no Cariri

Entre as obras realizadas pelo Estado na Região do Cariri, está a construção da Avenida do Contorno de Juazeiro do Norte. O projeto contempla a implantação de uma via pavimentada, composta de pista dupla de rolamento com sete metros de largura contendo canteiro central, bueiros, ciclovias, passeios, iluminação e sinalização horizontal e vertical, numa extensão total de 8,56 km em pista dupla. O investimento é de mais de R$ 48 milhões.

Também está em fase de conclusão, restando apenas a execução da sinalização, a obra de duplicação da CE-060, em Jardim, localizada entre a avenida Wilson Roriz e a saída para a divisa do Ceará com o Estado de Pernambuco. Nesta obra, estão inclusos serviços de pavimentação, sinalização, drenagem e ciclovia. Com essas ações, o Governo do Ceará está investido mais de R$ 1 milhão no município.

No Crato, o Governo do Ceará também está construindo o residencial Filemon LimaVerde, por meio do "Minha Casa, Minha Vida". O empreendimento é composto de 982 casas que possuem 43,85 m2 de área útil, divididas em sala, dois quartos, cozinha e área de serviço. O percentual de obra executada até o momento é de 94,71% e a entrega das unidades está prevista para acontecer no mês de outubro/2016.

Opinião


Janio: Golpe se chama Golpe

O "Governo" se sustentará na Globo e no empresariado

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Uma homenagem singela ao Elio Gaspari... (Reprodução: Carta Capital)
Da coluna de Janio de Freitas:
Nenhum golpista já admitiu ser golpista

Em inúmeras vezes, nas sessões do impeachment que presidiu, o ministro Ricardo Lewandowski disse ao plenário, com pequenas variações de forma: "Neste julgamento, os senadores e senadoras são juízes, estão julgando". Entre os 81 juízes, mais de 70 declaravam o seu voto há semanas, e o confirmaram na prática. Um princípio clássico do direito, porém, dá como vicioso e sujeito à invalidação o julgamento de juiz que assuma posição antecipada sobre a acusação a ser julgada. O que houve no hospício –assim o Senado foi identificado por seu presidente, Renan Calheiros– não foi um julgamento.

Os que negam o golpe o fazem como todos os seus antecessores em todos os tempos: nenhum golpista admitiu ser participante ou apoiador de um golpe. Desde o seu primeiro momento e ainda pelos seus remanescentes, o golpe de 1964, por exemplo, foi chamado por seus adeptos de "Revolução Democrática de 64". Alguns, com certo pudor, às vezes disseram ser uma revolução preventiva. É o que faz agora, esquerdista extremado naquele tempo, o deputado José Aníbal, do PSDB, sobre a derrubada de Dilma: "É a democracia se protegendo". Dentre os possíveis exemplos pessoais, talvez nenhum iguale Carlos Lacerda, que dedicou a maior parte da vida ao golpismo, mas não deixou de reagir com fúria se chamado de golpista.

As perícias e as evidências negaram fundamento nas duas acusações utilizadas para o processo do impeachment de Dilma. As negações foram ignoradas no Senado, em escancarada distorção do processo. Para disfarçar essa violência, foi propagada a ideia de que a maioria dos senadores apoiaria o impeachment levada pelo "conjunto da obra" de Dilma: a crise econômica, as dificuldades da indústria, o aumento do desemprego, o deficit fiscal, a suspensão de obras públicas, as dificuldades financeiras dos Estados e outros itens citados no Congresso e na imprensa.

Se os deputados e senadores se preocupassem mesmo com esses temas do "conjunto da obra", teríamos o Congresso que desejamos. E os jornais, a TV e os seus jornalistas estariam sempre mentindo com suas críticas, como normal geral e diária, sobre a realidade da política e dos políticos.

Nem as tais pedaladas e os créditos suplementares, desmoralizados por perícias e evidências, nem o "conjunto da obra", cujos temas não figuram nos interesses da maioria absoluta dos parlamentares, deram base para acusações respeitáveis em um processo e um julgamento. Se, no entanto, envoltos por sofismas e manipulações, serviram para derrubar uma presidente, houve um processo, um julgamento e uma acusação ilegítimos –um golpe parlamentar. Os que o efetivaram ou apoiaram podem chamá-lo como quiserem, mas foi apenas isto e seu nome verdadeiro é só este: golpe.

Esse desastre institucional contém, apesar de tudo, um ponto positivo. A conduta dos militares das três Forças, durante toda a crise até aqui, foi invejavelmente perfeita. Do ponto de vista formal e como participação no esforço democratizante que civis da política e do empresariado estão interrompendo.

O pronunciamento de ex-presidente feito por Dilma corresponde à aspiração de grande parte do país. Mas a tarefa implícita no seu "até daqui a pouco" exigiria, em princípio, mais do que as condições atuais da nova oposição podem oferecer-lhe, no seu esfacelamento. À vista do que são Michel Temer e os seus principais coadjuvantes, não cabem dúvidas de que os oposicionistas podem esperar muita contribuição do governo. Mas o dispositivo de apoio à situação conquistada será, a partir da Lava Jato, de meios de comunicação e do capital proveniente de empresários, uma barreira sem cuidado com limites.

Desde ontem, o Brasil é outro.

Denuncias só até ontem



Equipe de fiscalização da Propaganda em Fortaleza em averiguação de denúncia

Eleitores já fizeram mais de 600 denúncias de propaganda irregular no CE

Com duas semanas de campanha eleitoral na ruas, novo balanço de TRE-CE revela a participação dos eleitores que utilizam os vários canais disponibilizados pela Justiça Eleitoral para denunciar irregularidades na propaganda de partidos e candidatos. 
As zonas eleitorais em todo o Estado do Ceará já receberam 603 denúncias, através do formulário na internet, do telefone 148 e de reclamações no próprio balcão dos cartórios. 
Mais de 50% dessas denúncias (309) são feitas pelo formulário eletrônico no site do TRE. Outras 168 foram através de ligações pelo telefone 148, disponibilizado apenas para a capital. Diretamente nos cartórios eleitorais são mais 126 denúncias em todo o Estado. 
Mas o TRE esclarece que, desse total de denúncias, muitas delas são improcedentes, quando verificadas pelos fiscais da Justiça Eleitoral. Em Fortaleza, por exemplo, das 168 ligações do Disque Eleitor (148), apenas 34 ficaram caracterizadas como irregularidades. Na capital, são 122 denúncias que estão sendo apuradas, vindas do 148, do formulário eletrônico na internet, e de reclamações feitas nos próprios cartórios. 
Já foram ajuizadas 30 representações (arquivo anexo) perante a Comissão da Propaganda Eleitoral e do Poder de Polícia em Fortaleza, constituída por quatro zonas eleitorais. A maioria, 13 (40%), diz respeito à invasão de programa do horário eleitoral destinado a outro candidato. Outras seis representações (20%) são de propaganda irregular na internet e redes sociais.

Vixe!

joaqumbaba
(Coluna Radar, da Veja Online)

3 a 0 no Equador

Foi bom pra  você?

Capa do jornal O Estado(CE)


Coluna do blog



Aqui e lá. Cada um cada um.
Lisboa(Portugal) 37 graus – Vou aos jornais. Busco notícias até porque aqui tem um Jornal de Notícias. Lógica portuguesa. E encontro num jornal chamado I (de Informação) algo que me chamou à atenção porque absolutamente impensável nos dias de hoje. Manchete: Governo admite aumentar pensões mais baixas. Cê entendeu?O texto começa assim: O Governo está disponível para mexes nos valores das pensões mais baixas e no indexante de apoio social (IAS). O I sabe que estes dois temas estão a ser discutidos entre o Governo e o Bloco de Esquerda e que estas são duas das bandeiras que os bloquistas querem ver contempladas na proposta de Orçamento do Estado para 2017. O IAS congelado desde  2009, tal como o nome indica, serve de base para os cálculos das prestações sociais. E descobriu: Só 15% dos idosos em Portugal aproveitam apoios para dentaduras, óculos e medicação. Aqui, apresentando a nota do que gastou o Governo paga dentadura (que não precisa ser dada por político em tempo de eleição), subsidia remédios e paga óculos pra quem precisa. Aí leio no discurso do Interino antes de sair correndo pra se amostrar na China: “Para garantir o pagamento das aposentadorias, teremos que reformar a previdência social. Sem reforma, em poucos anos o governo não terá como pagar aos aposentados". Mãe Vovó Petronilha, A Racista, quando via que alguma coisa ia quebrar no lombo de alguém dizia com certa sabedoria sobralense: Lascou-se nêga do doce”.

A frase: “Não há como dissociar a decisão dos senadores de seus posicionamentos políticos e partidários”. Tasso Jereissati, Senador da República assumindo que..ce sabe.


Unifor formando cidadãs (Nota da foto)
Estas são Carolina Lima, 20 anos e Mariana Navarro,21 anos. São estudantes de arquitetura e urbanismo na Unifor. Em Portugal participaram do Fórum Euro-Ibero-Americano da Juventude. Baseado nos princípios da Agenda 2030 e os 17 objetivos para o desenvolvimento sustentável, o fórum busca permitir que os jovens interfiram no processo de mudança do mundo. Mariana cuidou do desenvolvimento sustentável como saúde pública e Carolina no desenvolvimento urbano. O Brasil que as aguarde.

Atitude
Agenor Neto foi ao meio fio na Assembleia do Estado. Protagonista de uma cena feia de confronto físico com um colega,Osmar Baquit, Agenor pediu desculpas. Coisa de boa criação.

Imbecil
A tal da Janaina Pascoal, que gastou do próprio bolso para fazer ação contra Dilma, disse pra imprensa europeia que o Brasil não estava dividido.

Toma lá, dá cá
 Wellington Dias, governador do  PT do Piauí perdeu a diretoria de Ativos de Terceiros do BNB, que estava com o piauiense Luiz Carlos Everton de Farias. Quem será o dono do novo diretor?

Mentira
Pra ela o povo brasileiro tem 90% contra Dilma e 10% a seu favor. A moça, com ar de estrela de cinema disse mais:  “Nem Jesus Cristo agradou a todos”. Não entendi.

Inferno na torre
O cão tá dando as cartas no interior. As campanhas nem bem começaram estão acendendo fogueiras onde havia borralho. Fogo de monturo fumegando.

Festival
Não vai ser, já está sendo, uma sobrecarga de trabalho para a Justiça Eleitoral que também bole com a Polícia e a Justiça comum. Há montes de denuncias de crime eleitoral.

Diz o Mago...
“Terminado o julgamento, começa nos bastidores a briga entre o mau ganhador (Temer) e o mau perdedor (Aécio).Quem viver, verá”. Paulo Coelho.

Coisa de louco
Uma saca de 60 quilos de milho, produzido no Brasil, custa R$56,00 reais. O milho importado da Argentina chega ao Ceará por R$47,00 a mesma saca de 60 quilos.Ê ê!




Bom dia

Um levantamento de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a última estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada dia 30 de agosto, mostra que três cidades do Ceará têm mais eleitores registrados do que habitantes. O levantamento foi feito pelo jornal Folha de S. Paulo e revela que, em todo o Brasil, 352 municípios têm mais votantes do que moradores.
O município de General Sampaio possui, para o pleito deste ano, 7.500 eleitores enquanto a estimativa populacional do IBGE é de 6.845 habitantes em 1º de julho de 2016. A mesma coisa existe em Granjeiro, que tem 411 eleitores a mais do que pessoas residindo na cidade. Em Guaramiranga, a diferença é ainda maior. O município localizado no Maciço de Baturité tem 2.096 votantes a mais do que residentes.
Povim cheio de arrumação, meu Deus,



Haja recomendação

MPCE recomenda que Município de Juazeiro do Norte suspenda pagamento de gratificação a auditores-fiscais

     O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), através da 1ª Promotoria de Justiça Auxiliar da Comarca de Juazeiro do Norte, expediu, nesta quarta-feira (31/08), recomendação procurador-geral do Município de Juazeiro do Norte, João Victor de Alencar Grangeiro. No documento, o promotor de Justiça Aureliano Rebouças Júnior orienta que sejam observados os princípios administrativos e constitucionais vigentes e que, assim, deixe de ser realizado o pagamento de gratificação que tenha por critério a conclusão de nível superior, quando este nível de escolaridade já constituir exigência do cargo público.

     O membro do MPCE explica no procedimento que a 1ª Promotoria de Justiça Auxiliar da Comarca de Juazeiro do Norte recebeu representação que informava o pagamento indevido de gratificação a servidores ocupantes do cargo de auditor-fiscal do Município de Juazeiro do Norte.

     “Conforme verificado no curso de Inquérito Civil, os servidores vêm efetivamente auferindo acréscimo remuneratório consistente em gratificação por conclusão de curso de graduação, muito embora o nível superior já configure requisito para a posse no referido cargo, conforme previsto na Lei Complementar Municipal nº 58/2009 e Edital de Concurso Público nº 001/2009”, comunica Aureliano Rebouças Júnior.

     Para o promotor de Justiça, a continuidade do pagamento da gratificação onera ilegalmente os cofres públicos pois afronta princípios que norteiam a Administração Pública. “Não obstante a mencionada gratificação esteja regularmente prevista na Lei Municipal nº 3902/2011, sua concessão malfere o princípio da moralidade administrativa haja vista a incompatibilidade deste acréscimo pecuniário com o sistema remuneratório previsto na Constituição Federal, vez que não há, no caso em comento, circunstância pessoal diferenciada dos servidores a justificar tais concessões” ressalta.

     Ele sustenta que o fato constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1º da Lei n.º 8.429/92 e atentando contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, conforme previsto no art. 10, caput, da Lei n.º 8.429/92.

     Aureliano Rebouças Júnior lembra que o não cumprimento da recomendação implicará a adoção das medidas judiciais cabíveis à espécie.

     Por fim, ele solicita que seja encaminhada ao procurador-geral de Justiça cópia da Lei Municipal nº 3902/2011, para que seja analisada a possibilidade de se

Apesar de tudo...

Paris é uma festa. Até no cafezinho com jornal.

Atitude bom caráter

Agenor pede desculpas por discussões no Plenário da AL

O deputado Agenor Neto (PMDB) se desculpou, ontem, durante sessão no plenário da Assembleia Legislativa, pelas desavenças, na semana passada, com o deputado Osmar Baquit (PSD). A discussão envolveu também correligionário de Agenor, o deputado Tomaz Holanda (PMDB).
“Pelo dever do compromisso, pelo mandato que exerço e também por tomar posições quando acho que devem ser tomadas, quero pedir desculpas ao povo, aos cearenses que me colocaram aqui na casa. A atitude que tomei semana passada, realmente, não pode ser repetida”, reconheceu.
O parlamentar, que afirmou estar abatido com o episódio, pediu, no entanto, que seja analisado o que de fato ocorreu, por meio de vídeos. “Quem se preocupa muito com o mandato como eu, com minha imagem, e sei que sou referência para algumas pessoas, isso realmente repercute muito”, afirmou.
O deputado ressaltou que nada justifica o que ocorreu na casa, mas pediu uma reflexão para as condutas, em razão de divergências políticas. Para ele, é “inadmissível” que uma contrariedade possa ser motivo para agressão familiar com palavrões, como alegou ter sofrido.
Segundo Agenor Neto, o deputado Osmar Baquit o teria agredido atingindo em seu ponto mais fraco: seu pai. “Ele não tinha porque agredir com palavras meu pai, uma pessoa que luta pela vida e que é um exemplo para mim”, declarou.
Apoio
Os parlamentares Danniel Oliveira (PMDB), Dra.Silvana (PMDB), Gony Arruda (PSD), Renato Roseno (Psol), Audic Mota (PMDB), Tomaz Holanda (PMDB), Rachel Marques (PT) e Dr. Santana (PT) parabenizaram o deputado pela postura. Danniel Oliveira enalteceu a história do pai do parlamentar, que, segundo ele, é muito respeitado na região centro-sul pelos serviços prestado ao Estado. “É um homem honrado e não poderia ter sido citado a não ser em palavras honrosas”, disse.
Gony Arruda ponderou que a casa precisa ter a consciência de que “estamos no período eleitoral, um momento difícil”. “Mas espero que os dois coloquem um ponto final na história”, acrescentou. O deputado Renato Roseno enalteceu a postura de Agenor. “O ato é altivo e engrandece quem pede desculpas”, disse.
Audic Mota disse que os parlamentares estão sujeitos a serem levados a algo diferenciado. Mas, “o bonito é a retratação, é evoluir e a decência que teve, hombridade de subir para pedir desculpas por eventual excesso.” Rachel Marques acrescentou que o Parlamento é uma casa de confronto, mas de ideias. “Temos que prezar pelo respeito para que não haja episódio parecido com o que ocorreu”, assinalou. Já Dr. Santana defendeu que a casa precisa de um debate qualificado, mas de ideias e sempre de forma respeitosa.
Tomaz Holanda, que na ocasião saiu em defesa de Agenor, também pediu desculpas pelo descontrole.

Opinião

Quando o filme é brasileiro quase sempre o bandido ganha e quem morre no final é o mocinho.

Leitor do blog.

Capa do jornal O Estado(CE)


Coluna do blog



O mundo desabando e a França...
Paris(França) 32 graus - Burquíni dá votos-Por agora é proibido proibir o burquíni na França. Mas é uma decisão de mais alta instância administrativa que não só não resolve nada - por limitar-se a suspender a proibição - como está já a ser desafiada por prefeitos que garantem que nas praias da sua terra não haverá muçulmanas “tapadas”. Que alguns políticos ameacem desrespeitar o Conselho de Estado de modo aberto significa que contam com o apoio da opinião pública, pelo menos local. Mas é evidente que os franceses estão divididos entre os que veem o burquíni como um atentado ao laicismo e aqueles que consideram os proibicionistas uma outra versão de fundamentalistas. Há cinco milhões de muçulmanos na França, na sua maioria de origem magrebina. Há exemplos de integração perfeita, seja como acadêmicos ou ministros, mas também casos de rejeição dos valores da República Francesa e de atração pelo jihadismo. Entre estes dois extremos existe uma massa imensa de franceses seguidores do islã que não devem ser humilhados, porque é injusto e porque fazê-lo é confirmar as teses do Estado Islâmico que apela à guerra santa na Europa e já levou o terror à França.Com eleições presidenciais no próximo ano e Marine Le Pen forte nas sondagens não faltam os rivais que tentam imitar o discurso securitário da extrema-direita. Mas se proibir o rosto “tapado” é defensável por razões de segurança e até do direito da mulher a ter uma identidade, já perseguir o uso do burquíni surge como absurdo, mesmo que seja desonesto comparar esse traje com o fato dos surfistas ou o equipamento de motoqueiro como têm feito alguns nas redes sociais. França para se sentir segura tem de combater o terrorismo e ganhar a batalha de integração. Os muçulmanos têm de aceitar ser franceses mas também de querer ser franceses. Não é com a proibição do burquíni que se conseguirá isso de certeza, mesmo que renda votos no atual clima emocional. O incrível é o assunto virar mote nacional de campanha pra presidência da república. O mundo desabando e a França discutindo se as mulheres muçulmanas pode ir à praia de burkini, um trajo de banho com o rosto coberto e o resto a meio pau. Que horror!!!

A frase: “O melhor das viagens são as pessoas no caminho”. Experiências,
experiências.


Aconteceu (Nota da foto)
“Trata-se de uma reação conservadora, retrógrada que se exprime em tentativas autoritárias de impedir o avanço da sociedade. Somos uma sociedade profundamente antidemocrática, preconceituosa e mais que isso, culturalmente deformada. Estamos assistindo hoje uma degeneração do que já é degenerado. Aqui não prosperaram os ideais de democracia e o Estado de Direito. Tudo é feito com truculência, com arbitrariedade, mesmo aquilo que pretensamente é feito em nome da lei”(em Carta Maior 27/06/2016). Do economista Luiz Gonzaga Belluzzo resumindo a tônica geral do impixamento de Dilma.

Cadê a água
Manda dizer o jornalista Nelson Faheina, da Radio Vale, em Limoeiro do Norte que o pessoal da banana está deixando a produção. Motivo? Não tem água na Chapada.

Saudades do Tim Maia
É dele: “Este país não pode dar certo! Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúmes, traficante se vicia e pobre é de direita”. Tem quem complemente...e ladrão vira ministro.

Tá brabo
A Europa tem juros zero ou até abaixo de zero. Daí o mercado americano aproveitou e deu seu jeito.Se tem dólar e vem pra Europa vai encontrar o euro desvalorizado.

Quanto
Na conta de luz do Ceará nós pagamos o ICMS. É a Coelce quem recolhe. Olhe sua conta e veja quanto você está dando ao Estado pra Coelce vender energia a você.

O total
Somando um a um de nós, ricos pagadores de impostos ao Estado e à Nação, entregamos à Fazenda estadual R$120 milhões todo santo mês. A troco quê?

Luz do sol
Cada vez mais gente, principalmente empresas, caçam ganho instalando parques de captação de energia solar pra uso próprio e venda pra italiana Coelce. O Governo está com incentivos fiscais para a implantação desses sistemas.


Agora batam suas panelas

Dilma ataca: voltarei!
De cabeça erguida e ânimo inabalado!
Reprodução da íntegra do discurso feito por Dilma Rousseff depois do depois.

Ao cumprimentar o ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva,
Cumprimento todos os senadoras e senadores, deputadas e deputados, presidentes de partido, as lideranças dos movimentos sociais. Mulheres e homens de meu País.
Hoje, o Senado Federal tomou uma decisão que entra para a história das grandes injustiças. Os senadores que votaram pelo impeachment escolheram rasgar a Constituição Federal. Decidiram pela interrupção do mandato de uma Presidenta que não cometeu crime de responsabilidade. Condenaram uma inocente e consumaram um golpe parlamentar.
Com a aprovação do meu afastamento definitivo, políticos que buscam desesperadamente escapar do braço da Justiça tomarão o poder unidos aos derrotados nas últimas quatro eleições. Não ascendem ao governo pelo voto direto, como eu e Lula fizemos em 2002, 2006, 2010 e 2014. Apropriam-se do poder por meio de um golpe de Estado.
É o segundo golpe de estado que enfrento na vida. O primeiro, o golpe militar, apoiado na truculência das armas, da repressão e da tortura, me atingiu quando era uma jovem militante. O segundo, o golpe parlamentar desfechado hoje por meio de uma farsa jurídica, me derruba do cargo para o qual fui eleita pelo povo.
É uma inequívoca eleição indireta, em que 61 senadores substituem a vontade expressa por 54,5 milhões de votos. É uma fraude, contra a qual ainda vamos recorrer em todas as instâncias possíveis.
Causa espanto que a maior ação contra a corrupção da nossa história, propiciada por ações desenvolvidas e leis criadas a partir de 2003 e aprofundadas em meu governo, leve justamente ao poder um grupo de corruptos investigados.
O projeto nacional progressista, inclusivo e democrático que represento está sendo interrompido por uma poderosa força conservadora e reacionária, com o apoio de uma imprensa facciosa e venal. Vão capturar as instituições do Estado para colocá-las a serviço do mais radical liberalismo econômico e do retrocesso social.
Acabam de derrubar a primeira mulher presidenta do Brasil, sem que haja qualquer justificativa constitucional para este impeachment.
Mas o golpe não foi cometido apenas contra mim e contra o meu partido. Isto foi apenas o começo. O golpe vai atingir indistintamente qualquer organização política progressista e democrática.
O golpe é contra os movimentos sociais e sindicais e contra os que lutam por direitos em todas as suas acepções: direito ao trabalho e à proteção de leis trabalhistas; direito a uma aposentadoria justa; direito à moradia e à terra; direito à educação, à saúde e à cultura; direito aos jovens de protagonizarem sua história; direitos dos negros, dos indígenas, da população LGBT, das mulheres; direito de se manifestar sem ser reprimido.
O golpe é contra o povo e contra a Nação. O golpe é misógino. O golpe é homofóbico. O golpe é racista. É a imposição da cultura da intolerância, do preconceito, da violência.
Peço às brasileiras e aos brasileiros que me ouçam. Falo aos mais de 54 milhões que votaram em mim em 2014. Falo aos 110 milhões que avalizaram a eleição direta como forma de escolha dos presidentes.
Falo principalmente aos brasileiros que, durante meu governo, superaram a miséria, realizaram o sonho da casa própria, começaram a receber atendimento médico, entraram na universidade e deixaram de ser invisíveis aos olhos da Nação, passando a ter direitos que sempre lhes foram negados.
A descrença e a mágoa que nos atingem em momentos como esse são péssimas conselheiras. Não desistam da luta.
Ouçam bem: eles pensam que nos venceram, mas estão enganados.
Sei que todos vamos lutar. Haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer.
Quando o Presidente Lula foi eleito pela primeira vez, em 2003, chegamos ao governo cantando juntos que ninguém devia ter medo de ser feliz. Por mais de 13 anos, realizamos com sucesso um projeto que promoveu a maior inclusão social e redução de desigualdades da história de nosso País.
Esta história não acaba assim. Estou certa que a interrupção deste processo pelo golpe de estado não é definitiva. Nós voltaremos. Voltaremos para continuar nossa jornada rumo a um Brasil em que o povo é soberano.
Espero que saibamos nos unir em defesa de causas comuns a todos os progressistas, independentemente de filiação partidária ou posição política. Proponho que lutemos, todos juntos, contra o retrocesso, contra a agenda conservadora, contra a extinção de direitos, pela soberania nacional e pelo restabelecimento pleno da democracia.
Saio da Presidência como entrei: sem ter incorrido em qualquer ato ilícito; sem ter traído qualquer de meus compromissos; com dignidade e carregando no peito o mesmo amor e admiração pelas brasileiras e brasileiros e a mesma vontade de continuar lutando pelo Brasil.
Eu vivi a minha verdade. Dei o melhor de minha capacidade. Não fugi de minhas responsabilidades. Me emocionei com o sofrimento humano, me comovi na luta contra a miséria e a fome, combati a desigualdade.
Travei bons combates. Perdi alguns, venci muitos e, neste momento, me inspiro em Darcy Ribeiro para dizer: não gostaria de estar no lugar dos que se julgam vencedores. A história será implacável com eles.
Às mulheres brasileiras, que me cobriram de flores e de carinho, peço que acreditem que vocês podem. As futuras gerações de brasileiras saberão que, na primeira vez que uma mulher assumiu a Presidência do Brasil, a machismo e a misoginia mostraram suas feias faces.
Abrimos um caminho de mão única em direção à igualdade de gênero.
Nada nos fará recuar.
Neste momento, não direi adeus a vocês. Tenho certeza de que posso dizer “até daqui a pouco”.
Encerro compartilhando com vocês um belíssimo alento do poeta russo Maiakovski:
”Não estamos alegres, é certo,
Mas também por que razão haveríamos de ficar tristes?
O mar da história é agitado
As ameaças e as guerras, haveremos de atravessá-las,
Rompê-las ao meio,
Cortando-as como uma quilha corta.“
Um carinhoso abraço a todo povo brasileiro, que compartilha comigo a crença na democracia e o sonho da justiça.

Bom dia

Olha só o que o Interino disse da previdência:
"Sem reforma em poucos anos o governo não terá como pagar os aposentados".
É aí que a porca dá nó no rabo.