A
Joint Research Centre (JRC), instituição de pesquisa europeia, está
desenvolvendo um estudo em parceria com a Organização das Nações Unidas
para delimitar e cartografar - em escala mundial, as áreas afetadas
pela desertificação.
O
método utilizado, segundo o pesquisador Michael Charlet - do escritório
da JRC na Bélgica, baseia-se nas análises de imagens de satélites de
várias partes do mundo, tiradas em períodos de tempo diferentes. "Há o
exame das imagens e através do estudo comparativo, estamos detectando o
aumento ou declínio da bioprodutividade e outras mudanças ocorridas ao
longo do tempo. Para as constatações somam-se dados, como temperatura e
volume de precipitações", explica.
Charlet
conta que é a primeira vez em que há um estudo global realizado por um
mesmo grupo de pesquisadores. "Em 1990 foi divulgado um panorama mundial
- Global Assessment of Soil Degradation (GLASOD), porém os
pesquisadores de cada país enviavam seus relatórios e os dados eram
unificados".
O
estudo da JRC está sendo realizado por um grupo de mais de 60
pesquisadores, que inclui o brasileiro José Roberto Lima, presidente da
Iniciativa Latinoamericana e Caribenha de Ciência e Tecnologia para
Implantação da Convenção das Nações Unidas de Combate a Desertificação
(ILACCT). A estimativa é de que a análise seja divulgada em 2014, com o
objetivo principal de servir como base para ações e políticas públicas
de controle e convivência com a desertificação.
O
projeto para delimitação e cartografia das terras afetadas pela
desertificação foi apresentado na I Conferência Científica de Combate a
Desertificação (ILACCT), que acontece até sexta-feira (30/8) na cidade
de Sobral (CE), reunindo cientistas e técnicos de várias partes do
mundo, que discutem os efeitos e medidas para controle da desertificação
que assola regiões da América Latina e Caribe.