Deu no jornal O EstadoCe

Após saída de Eunício, CE mantém relevo no Senado


O Ceará perdeu, da transição entre a última legislatura e a atual, a cadeira da presidência do Senado Federal, com a derrota de Eunício Oliveira (MDB) na disputa para se reeleger senador. O papel de protagonismo na Casa que inevitavelmente acompanha o cargo, no entanto, não foi de todo perdido pelo Ceará, que conseguiu manter algum nível de proeminência nas discussões deste ano, principalmente em relatorias de projetos importantes a nível nacional.

O grande destaque é a participação do senador Tasso Jereissati (PSDB) no andamento da reforma da Previdência na Casa Legislativa, aprovada em definitivo na última semana. O tucano, ainda que tenha demonstrado apreço pela pauta e atuado ativamente para viabilizar sua aprovação, não chegou a se alinhar de fato com o Governo Federal. Ele chegou a lançar uma candidatura à presidência do Senado, no início do ano, disputando contra o candidato do governo.

Esse protagonismo é amplificado, no Congresso Nacional, levando em conta o contexto político específico de 2018, em que as próprias reformas que partem de iniciativa do governo passaram a ser tocadas quase que exclusivamente pelo Parlamento. Tasso, em entrevista concedida na última semana, afirmou que a atual configuração inaugura uma dinâmica nova entre Executivo e Legislativo. “O que está acontecendo hoje é que tanto a Câmara quanto o Senado passaram a ter vida própria. O ministro Paulo Guedes faz a agenda e dá um rumo.

Mas é o Congresso que está fazendo as coisas acontecerem. Do ponto de vista de aproximação e articulação, o governo é muito distante”, disse ele ao O Globo, comentando ainda que a participação do governo nas articulações da reforma “foi quase zero”.

Foi Tasso, também, quem deu andamento à solução encontrada para o impasse da falta de consenso sobre a inclusão de estados e municípios e outros pontos da reforma. A proposta de emenda à Constituição (PEC) paralela, como ficou conhecida, reuniu essas pendências para tramitarem de modo separado, para não atrasar a aprovação da proposta principal.
Tem destaque, também, a atuação do senador Cid Gomes (PDT), que esteve na relatoria da PEC da cessão onerosa. A proposta, que definia a distribuição dos recursos provenientes de bônus do leilão do pré-sal, foi aprovada também recentemente, após discussões envolvendo a parcela a ser destinada a cada unidade federativa.

2018
Os resultados das eleições de 2018 tiveram, como uma de suas principais marcas, a derrota de personagens de expressão na política nacional, que acabaram tendo que abrir espaço para figuras mais novas. Essa tendência foi observada com particular força nas eleições para o Senado Federal, com os resultados muitas vezes tendo contrariado as tendências apontadas pelas pesquisas de intenção de voto. Ficaram de fora da Casa, com isso, nomes como Romero Jucá (MDB-RR), Edison Lobão (MDB-MA), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Cristovam Buarque (PPS). No Ceará, um dos casos mais emblemáticos: Eunício, então presidente do Senado, não conseguiu se reeleger, entrando em seu lugar o novato na política Eduardo Girão (Podemos, à época no Pros).


Penso eu - Pelo título quer dizer que não fez falta?

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