O futuro
ministro do meio ambiente diz que não existem dados sobre o desmatamento
Ricardo Salles, futuro ministro do meio ambiente, disse em entrevista
à rádio CBN : “Eu digo isso porque nós não sabemos (...) os dados são muito
genéricos e nós não sabemos se o desmatamento está acontecendo dentro de
unidade de conservação, reserva indígena, propriedade privada, em percentual
maior ou menor que o excedente da reserva legal. Você não tem os dados.” O
que não é verdade. Existe um número grande de trabalhos de pesquisadores das ESALQ,
UFMG, UFG, dentre outras, apontando exatamente onde ocorre o desmatamento e
cruzando os dados de satélite com os limites das unidades de conservação, das
terras indígenas e de outras áreas protegidas. Salles também afirma que não
há como saber se, em áreas privadas da Amazônia, o desmatamento aconteceu
dentro dos 20% permitidos pelo Código Florestal. Também não é verdade, posto
que os dados abertos do Cadastro Ambiental Rural contêm os limites das
propriedades e a demarcação das APPs e das áreas de Reserva Legal. Boa parte
destes dados foram validados pelo Serviço Florestal Brasileiro. Parece que o
futuro ministro faz questão de continuar mentindo como fazia quando era
secretário do meio ambiente de São Paulo.
Em tempo: está ficando repetitivo ouvir que o Código Florestal
permite desmatar os tais 20% da propriedade na Amazônia. Quase ninguém lembra
que as áreas de proteção permanente (APP) que margeiam os cursos d’água
amazônicos ocupam parte importante desses 20%.
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